Haroldo Barboza
Terminada a Olimpíada da China (com poucos deslizes perdoáveis), ficou em evidência a discussão forjada na imprensa americana alegando que os EUA superaram a China por acumularem mais medalhas (somando os três tipos). O critério atual que privilegia fortemente as medalhas de ouro pode não ser o mais justo, mas é a norma definida no momento e dá margens às polêmicas.
Certamente não é correto que para se definir o país vencedor apenas se considerem as medalhas de ouro obtidas. Seria como na corrida de F1 dar o título ao corredor que obtivesse mais vitórias ao longo do ano. Apesar de ainda não ter acontecido, um piloto pode ser campeão do ano sem nenhuma vitória. Basta ser o segundo colocado (demonstra uma enorme regularidade) em todas as etapas enquanto outros 4 corredores se revezam entre o primeiro e o quinto lugar.
Também não parece ser justo definir como vencedor o país que obtiver a maior quantidade de medalhas, somando-se as três categorias.
Então chegamos ao critério que parece ser o mais equilibrado: definir peso para cada tipo de medalha e efetuar a acumulação dos pontos após efetuar as ponderações definidas. Para simplificar, eis um modelo de fácil entendimento para ilustrar esta teoria.
Bronze – peso 1
Prata – peso 2
Ouro – peso 4
Supondo que os países AA e BB obtiveram as medalhas abaixo, o campeão será – quem será?
País AA
25 ouros x 4 = 100
15 pratas x 2 = 30
10 bronzes x 1 = 10
- Total : 140 pontos
País BB
20 ouros x 4 = 80
30 pratas x 2 = 60
5 bronzes x 1 = 5
- Total : 145 pontos - Eis o campeão!
Como exercício, aplique este critério entre os 7 primeiros colocados da Olimpíada que terminou agora e observe que adotando este formato, a Alemanha (5º lugar), trocaria de posição com Austrália (6º lugar) por uma pequena diferença de pontos.
Portanto, as quatro primeiras colocações, à luz da Matemática justa, foram confirmadas com alto merecimento! É possível ilustrar um critério melhor?
Nossa sociedade é um colosso! Já passamos do fundo do poço!
Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso!
Haroldo P. Barboza - Vila Isabel / RJ - Aulas de Matemática.
Autor do livro: Brinque e cresça feliz
3 comments:
As vezes tenho a impressão que este mundo é mesmo às avessas.
Há tantas idéias simples e revolucionárias, que porém, são deixadas de lado, porque o grupo dominante, deseja, impõe e renega outras idéias.
Idéia simples, didática e eficiente.
Correto, do ponto de vista matemático!
Politicamente, porém, os Estados Unidos iriam questionar qual a razão de colocar o peso na questão. Dólar, euro... tudo bem...! O Japão viria com seu iene-inhem-iene... a China com seu Yuan-hã-hã...! Mas, realmente, esse critério empregado... aqui pra nós... é real!
uai critério é critério
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