Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Como está sua vida nas Redes Sociais?


Se você é um ricaço e aconteceu de ser convidado para uma festa em uma família de classe média não espere comer caviar e beber champanhe. Do mesmo modo, se você é um dez-salários-mínimos e está em festa de bacanas, não espere comer sardinha frita e beber cerveja preta. Não seja um estranho no ninho. Em Roma, como os romanos...


Você deve ter uma Rede Social de sua preferência. Pode ser o Orkut. Eu gosto do Orkut. Em que outro lugar eu encontraria tantas pessoas que gostam do jogo de damas, que gostam de pintura aquarela, que gostam de violão clássico, de canto lírico, de um determinado partido político que, por acaso, é aquele mesmo com quem me identifico?


Outra Rede de que faço parte é o diHITT. Serve para divulgar "notícias", de autoria do próprio membro ou de terceiros. Em ambos os casos lhe são atribuídos dividendos autorais. Ao vencedor as batatas, como diria o Rubião do Quincas Borba.


O diHITT é uma rede onde há extrema facilidade em se conseguir amigos. Ninguém procura saber se você está enrolado em algum inquérito, se tem ficha limpa ou coisas que tais. É recomendável que você vote nas notícias e que participe com comentários. Tudo isso conta pontos para a sua participação em um ranking. Não precisa ser um comentário inteligente. A maioria deles cuida de massagear o ego do autor da matéria. Chiii, eles não vão gostar disso que estou escrevendo. Mas, quê fazer? É assim que a banda toca.


O Facebook é uma rede muito democrática, não sei de ninguém que faça cu doce pra ser amigo. As celebridades, por uma questão de modus faciendi, apenas se permitem ter fãs. Como eu gostaria de ser amigo da Anna Netrebko, do Dmitri Hvorostovsky! Mas apenas posso ser fã.


Porém o mais democrático de todos é o Orkut; nele impera uma relação biunívoca inexorável. Seria como uma democracia de WC, onde todo covarde faz força e todo valente se caga. Nobres e plebeus se tuteiam no Orkut, falam uma mesma linguagem.


Vamos agora para o Twitter? Deus do céu, que terra é essa? Aqui reinam as celebridades. Alguns dizem que são interativos, conversam com você. Isso na verdade não me interessa, também gosto da relação biunívoca no Twitter. Não me seguiu, conte apenas com seus milhões de seguidores, não comigo.


E agora vem o mais surpreendente. A extremada amiga do Blogspot simplesmente não sabe quem eu sou no Twitter. Tenho uma amiga no Orkut e no Facebook que simplesmente não reconhece meus andrajos no Twitter. No Orkut e no Facebook tomamos cerveja nos mesmos bares mundanos, no Twitter ela sequer me permite ajoelhar a seus pés e reverenciar sua majestade.

Há uma outra dificuldade para quem deseja transitar pelas diversas Redes Sociais. O próprio Biz Stone, co-fundador do Twitter, diz que não se trata de rede social mas eu discordo. É Rede Social e acabou-se. #prontofalei
Cada rede tem sua finalidade. No Orkut contatam-se amigos reais e virtuais, joga-se conversa fora, procuram-se comunidades de interesse particular. O diHITT serve para divulgar blogs ou notícias de terceiros. Ainda não falei do BlogBlogs, uma grande rede, também para a divulgação de blogs e um lugar onde impera a briga de cachorro grande. Lá você adiciona alguém como amigo e pode acontecer de ele "fazer o estranho", fingir que não te conhece. Já tive mais de 1500 amigos no BlogBlogs, hoje nem sei mais navegar direito lá, tantas as mudanças...

A independência feminina


Haroldo Barboza enchendo a bola das mulheres. Vocês do forte "sexo frágil", não se iludam, o Haroldo está apenas fazendo uma tremenda cavada com a dona Harolda, que ele quer atravessar esse maravilhoso "Dia Internacional da Mulher" na maior mordomia com a patroa.

Haroldo Barboza *

Estamos vivendo uma época de derrubadas de paradigmas. Ou pelo menos de questionamento de absurdos. Em todas as áreas, os dogmas só resistem enquanto não adquirimos o conhecimento para estudá-los e mudá-los. O que era padrão até ontem, hoje deve estar sendo contestado por quem evoluiu através da educação e adquiriu a verdadeira condição de cidadão consciente de seu papel na sociedade.
Há 50 anos, uma jovem só tinha liberdade de encontrar seu próprio caminho após completar 21 anos. As que adquiriam maturidade mais cedo e se rebelavam contra esta situação, eram difamadas pela sociedade. Na melhor das hipóteses eram rotuladas de rebeldes e levianas. Se conseguissem sobreviver por conta própria, eram rotuladas de “piranhas”. As que levantavam a voz contra injustiças eram chamadas de fofoqueiras. As que conseguiram obter suas carteiras de motoristas e demonstraram grandes habilidades na atividade, quando envolvidas num acidente (muitas vezes por causa DO motorista do outro veículo) eram orientadas a “dirigir” um fogão. Um preconceito absurdo mantido por machões incompetentes e invejosos.
Hoje, uma frágil (apenas no físico) menina de 15 anos (ou menos), já sustenta um lar. Já se discute se um adolescente, nesta faixa de idade, que é capaz de procriar, dirigir, votar e trabalhar, também deve ser penalizado judicialmente por seus atos irregulares. Reflexo de uma “evolução” que se afoga em suas próprias descobertas em ritmo alucinante que não nos oferece tempo para digeri-las. As informações brotam aos milhares por minuto e criam-se choques culturais pelo pouco tempo para se compreender o mecanismo social de cada nicho do planeta.
O conceito de maioridade mudou radicalmente. No momento em que o indivíduo adquire responsabilidades e passa a interferir na vida da comunidade, atingiu a este degrau, sem necessidade de firma reconhecida. Tem de arcar com os lucros e as perdas. Seus pais, em diversos momentos contribuem para este quadro sinistro, imaginando que seus filhos ao passarem dos 7 anos exibindo grandes habilidades com seus micros, poderão obter empregos de executivos antes mesmo dos 16 anos, para não serem logo “engolidos” pela impiedosa globalização. Pior ainda quando saem de casa e os abandonam na companhia de “inocentes” games violentos por horas a fio.

E hoje estamos aqui para confirmar este nível aos processos conduzidos por mulheres. Através de anos de existência, enfrentando todas as dificuldades de recursos (técnico, penetração, patrocínio, competição), conseguiram com perseverança e entusiasmo próprios das vencedoras, manter e divulgar informações claras, na luta incessante de orientação a todos os seus admiradores, em busca de uma qualidade de vida elevada, através da útil informação aberta e de fácil compreensão para todos. Qualidade esta, que só será alcançada, quando eliminarmos os preconceitos criados pela ignorância, que ameaça a boa convivência em grupos. Nesta luta árdua que otimistamente deve durar mais um século, certamente contaremos com o fôlego e apoio das janelas que estão se transformando numa trincheira única em defesa da Mulher e da dignidade do ser humano de um modo geral. Que elas tenham persistência para mostrar aos homens que não são concorrentes, mas deslumbrantes parceiras!
O espaço delas está reservado desde o início dos tempos. O homem se apossou dele através da brutalidade. Recuperá-lo usando a palavra, demora. É preciso ter muita paciência para retirar o vírus que contamina o ego machão e o faz sentir-se menos masculino por seguir algumas normas propostas por uma Mulher. Mesmo tendo menos neurônios (com mais amor) devemos lutar para levá-las ao comando de nossos destinos, tendo em vista que nos últimos milhares de anos o homem provocou um caos sem precedentes e só espalhou malefícios sobre o planeta através de normas escritas sem a adequada revisão feminina.

* Haroldo Barboza é escritor, professor de matemática (crianças) e informática (adultos), analista de sistemas e palestrante