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AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Lula Vieira - Rotulagens Pessoais

Atenção: todo o texto que segue é da autoria de Lula Vieira, o conhecido publicitário. Se alguém gostar ou odiar o todo ou parte peço que, nos comentários, direcione seu elogio ou injúria à pessoa do distinto cidadão. Não tenho nada com isso.

Lula Vieira fez a campanha para prefeito de Fernando Gabeira na última eleição. Quando iniciou, o candidato tinha 4% de intenção de votos. Vieira levou-o ao segundo turno. Existe uma carta, a respeito dos meandros dessa campanha, que Lula Vieira escreveu para um seu amigo. Este repassou, sob a forma de e-mail, para outras pessoas. Se quiser ler, clique aqui. Há um trecho dessa carta que achei muito sintomático: "Vladimir Palmeira pode nesta eleição ter batido o recorde mundial de ingratidão. Gabeira sequestrou o embaixador americano para que Vladimir, entre outros presos políticos, pudesse ser libertado. E Palmeira decidiu apoiar Eduardo Paes".

Vladimir Palmeira é a mulher de malandro do PT. O partido sempre o apoia oficialmente mas na hora H é outro que ganha a eleição, inclusive com o beneplácito do presidente Lula, como aconteceu com Eduardo Paes. É esse o destino do Vladimir. Vamos ao texto que tem por título, Rotulagens Pessoais.


Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato.

Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho.

Joaquim Ferreira dos Santos, em 'O Globo' de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa 'agregar valor'.

Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica 'mamando' de segundo em segundo é uma chata.

São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais, a vida está confirmando estas conclusões.

Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.

Outro índice infalível é que atrás de (fumando) um cachimbo existe 1 de 2 tipos de pessoas: Ou inglês, ou babaca! Com cinqüenta e muitos anos de vida, nunca encontrei outra espécie...

Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra 'carne', fica falando o tempo todo em vida saudável. É a pessoa ideal para companhia na madrugada?

Eu detesto certos vícios de linguagem, do tipo 'chegar junto', 'superar limites', e os famosos 'gerundismos' que lembram papo de concorrente a big brother.

Mais uma vez, repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas. Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que a pessoa transmite algum sintoma de chatice.

Se algum dia eu matar alguém, existe a grande possibilidade de ser um guardador de carros. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho menos raiva de um assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se houvesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga.

Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer?

Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber 'energia positiva'. Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados. Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de trabalhar numa boa empresa. Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra putaria.

E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando 'um beijo no coração'?

Esporte é esporte, mas tudo tem limite

Arbitragem 'ajuda' e Flamengo estreia com vitória no Estadual do Rio

Estas serão as manchetes de amanhã. E certamente a estrela do jogo foi o bandeirinha Luiz Antônio Muniz de Oliveira que anulou um gol claro de Victor Hugo, do Friburguense, que estava três metros atrás da linha da bola e com três jogadores do Flamengo à sua frente.

A coadjuvante nesta grande lambança foi a bandeirinha Lilian da Silva Fernandes Bruno, mulher muito bonita e que, mais cedo ou mais tarde, terá um convite para sair nua nas páginas da Playboy. Quando mulher se mete em confusão, mulher de certa evidência, diga-se, acaba nisso. No mínimo ela foi covarde, porque se no lance do gol do Flamengo, porque foi gol, ela não conseguiu ver impedimento num lance pra lá de confuso, logo depois ela dava dois impedimentos do Flamengo completamente absurdos.

Há muito tempo, e bota tempo nisso, minha irmã me acompanhava num jogo do Vasco com o Internacional gaúcho. Quando o cruzmaltino fez o primeiro gol ela perguntava estupefacta (a reforma ortográfica se aplica aqui?) : 
- Foi gol? Foi gol?
Quando o Vasco fez o segundo gol, logo em seguida, ela não estava entendendo nada: 
- Foi gol? Foi gol?
Temi que, a qualquer momento, ela me perguntasse:
- Quem é a bola? Quem é a bola?

Se o Vasco tivesse ganho a partida já seria o campeão brasileiro de 1974, mas o Internacional empatou. A partida final, que seria em Belo Horizonte contra o Cruzeiro, por agressões aos árbitros cometidas por dirigentes do clube mineiro em um jogo anterior, foi transferida para o Rio de Janeiro. Eu estava nessa decisão, Vasco 2 X 1, gol decisivo de Jorginho Carvoeiro. Foi inesquecível.

A partida da confusão eu assisti pela televisão. O Cruzeiro ganhava de 1 X 0. Mas algum jogador do time mineiro, pensando que a jogada estivesse parada, pegou a bola dentro da área. Pênalti que Alfinete cobrou. Levantei do sofá e quase entrei pelo aparelho de TV. Eu simplesmente não estava acreditando.

Voltando ao jogo do Flamengo, a vitória do time carioca deveu-se à influência negativa das minorias. Explico: um bandeirinha "afro-descendente" e a outra bandeirinha, mulher. Eu penso que toda igualdade deve ser creditada ao merecimento da pessoa, não à sua condição de raça, credo ou sexo. Não sei porque inventaram que mulher tem que atuar em jogos de futebol. Isso sempre vai dar confusão. A Playboy é que vai sair ganhando. Futebol feminino? É outro capítulo, estou de acordo. O Flamengo agradece.

Fazer coisas simples ou viver perigosamente?

Já me disseram que gosto de viver perigosamente. E há sempre uma letra de música que encerra uma grande filosofia e que pode ser o número que você calça. Já me receitaram os versos de uma música: “eu só boto meu boné onde eu posso alcançar, devagar se vai ao longe, devagar eu chego lá...”

Mas não adianta, eu sempre tenho que correr um bocado para alcançar a porra desse boné. Ou vão me dizer que o tio Bill Gates não precisou fazer nenhum investimento? É bem possível que não. Nem todos conseguem chegar ao topo da pirâmide. O funil é estreito. O ex-governador Leonel Brizola, o engenheiro sem diploma, como gostam de dizer seus detratores, aqueles que não ousam nomear seus heróis, não conseguiu ser Presidente da República. O Luís Inácio, o que nasceu de mãe analfabeta, conseguiu.  Mas isso é outra história, não cabe neste artigo.

Tinha um amigo damista, muito gozador, que dizia: “Não gosto de jogo fácil. Quando levo alguma vantagem eu gosto de complicar um pouquinho. Minha partida com o Paulo Ticon ficou tão difícil que eu perdi”. O Ticon não é personagem de ficção, noutro dia liguei para ele. Gosto de fazer conexões reais com o passado. Ele não se lembrava muito bem de mim e se mostrou um pouco reticente,  mesmo quando mencionei  todos os nossos conhecidos comuns.  O mesmo não se deu com o grande campeão Douglas Diniz – tem nome de campeão mesmo -, com quem conversei animadamente por bons minutos, recordando as fases do jogo de damas, os campeões daquela era amadorística, os novos rumos do esporte intelectual no nosso país. Até me repassou seu e-mail. Certamente que vou lhe indicar este artigo.

E estava eu tranquilamente com meu Windows Vista 64 bits, que pouco uso, e meu Windows XP que, estranhamente, estava instalado em 32 bits. Então vamos instalar o XP 64 bits. Eu preciso de uma nova partição no HD. Entro no Paragon Partition Manager Pro e descolo 41 Gb da partição do Vista. Faço isso sem nenhum medo de perder dados, a operação é muito segura. Mas não recomendo a nenhum newbie repetir a proeza. Entre num esquema apenas com plena convicção do que está fazendo. Se der merda, nem te conheço.

Antes eu tinha o dual boot do Vista e do Windos XP 32 bits, agora só funciona a tela do XP 64 bits. Mas não criemos “cânico”, como diz o Chaves do SBT, existe um programa chamado VistaBoot que restabelece esse dual boot. Só que não estou conseguindo instalar esse programa no XP 64 bits. Normalmente o Vista, ao ser instalado, cria um dual boot, dele e da versão anterior. Posso também pegar o dvd do Vista e executá-lo com a opção "reparar" e acrescentar mais alguns comandos. Porém não sei em que lugar do Brasil larguei esse dvd.

O Windows XP 32, para mim, morreu mesmo. Posso copiar todos os dados através do Meu Computador. Conheço “quase” todas as pedras do caminho, inclusive onde estão meus arquivos do Outlook Express, do Outlook Office, do Live Mail, das músicas do LimeWire, etc.

O Vista está condenado, já acenam com o Windows 7, que pode ser usado durante um mês, depois é desativado. Não sou tão curioso assim. Sei esperar. De repente um valente vai quebrar essa porteira e deixar toda a boiada passar.

Atualizar os programas da Microsoft não é brincadeira, demanda muito tempo e seguidas reinicializações. Por isso é que tenho estado ausente dos meus blogs e dos blogs dos amigos. Mas tudo voltará à normalidade, se bem que eu já esteja pensando em instalar o Linux. Eu já o instalei há algum tempo, mas então ele não estava no nível de perfeição atual. Ele cria seu próprio dual boot.  E creiam, a vida sem emoções não vale a pena de ser vivida.

Você é bom orador? Barack Obama é

Quando concluí o curso ginasial o Oduvaldo foi o orador da turma, candidato único. E mesmo que houvesse algum concorrente, não lhe faria medo, ele falava pelos cotovelos. Lembro que certa vez, quando estudávamos à noite, depois da aula, viemos até perto de minha casa conversando e percorrendo uma distância de uns 800 metros. Como ainda tínhamos o que conversar voltamos até perto de sua casa. E ficamos nessas idas e vindas não sei por quanto tempo. Certo é que botamos a conversa em dia ou nos detivemos pelo adiantado da hora.

Discurso nunca foi meu forte, não porque não me achasse capaz de ler um texto ou de improvisar algumas palavras onde quer que fosse, simplesmente não gostava de ficar sob os holofotes. Ainda bem que nunca me convidaram para desempenhar uma função onde fosse preciso discursar. Mas o pior ainda é ser apanhado no contra-pé. Meu tio, quando foi padrinho de uma vizinha num concurso de rainha em um clube do bairro - aquele concurso em que a vencedora é a que vende mais votos -, não sabia que na festa de encerramento teria que discursar. Até que começou bem:
- Tenho a grande satisfação de atender ao convite da princesa Líbia para ser seu padrinho nesta bonita festa de congraçamento onde estão presentes os sócios do clube..., aqui do clube..., do clube...
E virando-se para um dos padrinhos ao lado:
- Como é mesmo o nome do clube?

Quem contou essa passagem foi um grande amigo do meu tio, muito gozador. Por isso tenho dúvidas de que realmente tenha acontecido.

Conheci pessoas para quem qualquer festinha de aniversário era motivo para mandar uma mensagem de improviso. Outros achavam que era seu momento de falar, mas sem ter um papel para ler ficava difícil.

Sempre soube que Carlos Lacerda foi um grande orador, como também o foi o ex-governador Leonel Brizola. Em sua primeira legislatura como deputado federal, enquanto todos os demais tinham seus discursos datilografados, Brizola falava de improviso e causava grande admiração.

Nessa onda de escândalos e CPIs que ocorrem em nossa "democracia" me acostumei a acompanhar o desenrolar das ações no Congresso, as falas dos deputados e senadores. Há oradores magníficos, falando de improviso. Se fossem tão bons políticos quanto bons oradores certamente não teríamos motivos para tantas queixas.

E sabem, me ocorreu, neste momento, escrever alguns discursos. É um gênero literário. Escolho um tema, uma ocasião e prometo não ser tão massacrante quanto Fidel Castro nas suas quilométricas mensagens aos cubanos.

E quanto a Barack Obama, será ele um bom orador? Certamente que sim, mas tem a sua sombra, seu fantasma (ghost writer) na pessoa do jovem (27 anos) Jon Favreau. Na noite em que Obama ganhou as eleições e pronunciou um discurso em Chicago - "Se ainda resta por aí alguém que duvida que os EUA são um lugar onde tudo é possível..." - que comoveu milhões de cidadãos, Favreau também tinha pronto o da derrota, caso seu chefe perdesse.

A história de Favreau como grande escritor começou em um verão quatro anos atrás em Boston, quando tinha só 23 anos e trabalhava para o candidato democrata à presidência, John Kerry. Favreau viu atrás do palco da convenção um senador ensaiando seu discurso e não hesitou em aconselhar que ele suprimisse uma frase porque parecia redundante. O senador era Barack Obama.

Leia a história do jovem redator que fez de Obama um orador brilhante.

Foi o português quem fez


Há dois assuntos que, sem motivo aparente, estão carregados de interesse e são motivo de visitas ao blog - Antártida ou Antártica? e O menor aeroporto do mundo. Estariam esses leitores interessados num aeroporto que era relativamente pequeno e perigoso e foi ampliado mercê de uma obra de engenharia merecedora de prêmios? É o que veremos após a publicação do presente artigo.

Abaixo vemos a cabeceira da pista de Congonhas próximo de onde verificou-se o trágico acidente com o avião da TAM em julho de 2007 atingindo seu próprio prédio. Vê-se que há um acentuado desnível da pista de pouso para a avenida que passa um pouco adiante. Não seria o caso de se ampliar a pista construindo uma espécie de viaduto sobre a avenida ganhando assim mais uns trezentos metros?

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foto de Fábio de Paula - Panoramio

Essa foi a solução dada pelos portugueses no aeroporto da Ilha da Madeira, também conhecido como Aeroporto do Funchal e Aeroporto Santa Catarina. A pista com 1400 metros foi ampliada para mais 400 metros com a construção de 180 colunas com 70 metros de altura cada, sustentando a pista. Por esta obra, o aeroporto ganhou o Outstanding Structures Award, entregue pelo IABSE. Este prêmio é considerado o Oscar das estruturas de engenharia em Portugal.

As dificuldades nessa pista, apesar dessa grandiosa obra, ainda persistem. Na aproximação à pista há ventos descendentes e ascendentes, assim como rajadas de vento laterais. Outra dificuldade sentida pelos pilotos é o uplift (força ascendente) quando a aeronave sobrevoa a pista, dando uma sensação de que o avião "não quer" aterrar. Devido às dificuldades técnicas apresentadas aos pilotos, é necessário uma licença especial para operações neste aeroporto e apenas pilotos com experiência em operações diurnas poderão realizar operações noturnas.

Clicando, clicando!

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foto de Geopensar - Panoramio

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foto de Wilfred e Sandra - Panoramio

Às compras

A princípio estava em dúvida sobre se publicava este assunto no Borrocando ou aqui no Lugar; acabou saindo no Borrocando. Mas o texto ficou um pouco longo e um pouco com a cara deste espaço. E como não há regulamento nenhum que impeça sair em dois lugares...

Na última terça-feira meu compromisso principal era almoçar com determinados amigos, os cardeais, como os denomino. Lamentei não ter levado a câmera pois visualizei cartões postais que há muito não via, começando pela estação ferroviária em Nilópolis. Há 25 anos não punha os pés em um trem e eu adoro trens. Por todos os lugares vejo estradas abandonadas e trens desativados e fico muito triste. Por isso mesmo não levo muito a sério o trem bala nem acredito nele; além do mais nossa topografia não ajuda.

Atravessando o Campo de Santana a passos lentos fui enquadrando outros objetivos, a água coruscante onde deslizavam gansos à sombra de árvores centenárias, os preguiçosos gatos esparramando-se na relva, um monumento ao longe e as pessoas sentadas nos diversos bancos esperando o tempo passar. O fotógrafo lambe-lambe já fez parte dessa paisagem, eu mesmo tenho fotos tiradas nesse parque aos quatro, cinco anos. A profissão foi extinta à medida que a tecnologia avançava. Estranhei a não-existência de pintores ao ar livre captando toda a magia do lugar.

Antigamente eu era o rei das ruas do Rio, conhecia a localização do ramo de comércio que me interessava, as lojas de materiais de construção, material eletrônico, discos, livros, papelarias, som e até coisas mais inusitadas como cortiça e afins. Eu precisava comprar rolhas e tive que me informar. Comprei duzentas. No caminho entrei numa casa de som usado e admirei um velho Pioneer funcionado perfeitamente, segundo o vendedor, e custando 520 reais.

Finalmente a Casa Cruz, já recuperada do incêndio e repleta de fregueses. Comprei duas folhas de papel medindo 0,75 x 0,55 a 8 reais a unidade; havia papel custando 40 reais a folha mas isso por enquanto não cabe no meu orçamento. Comprei ainda dois pincéis e um godê (godet) decente, para misturar os pigmentos.

Dez para o meio-dia, hora do almoço. Quinze minutos a pé. Fui pensando nos preços que um excelente aquarelista cobra por um quadro – duzentos, trezentos dólares. Há quem ache caro, a exemplo daquele marajá das Arábias que encomendou um retrato a óleo do seu galo de estimação e perguntou ao pintor pelo preço e pelo prazo. Preço: 10 mil reais; prazo: um mês. Passaram-se os dias e nada de o pintor dar início à obra. Apenas no vigésimo oitavo dia começou a pintar. No dia da entrega e do pagamento foi contestado pelo marajá. Havia cobrado por um mês de trabalho mas fez o quadro em apenas três dias.
- E os 27 dias em que fiquei, exaustivamente, estudando todos os detalhes da exótica ave?, retrucou o mestre.

Pensem bem: papéis caros, moldura, pincéis e tintas de qualidade, o tempo dispensado à aprendizagem, mais o preço de um artista renomado. Me aguardem: quem quiser que eu pinte seu gato de estimação, não vai sair barato!

Para concluir, a história de um amigo que comprou dois ou três quadros oferecidos por um pintor lá mesmo no local de trabalho. Com o passar do tempo o artista tornou-se petulante e sugeriu que ele comprasse toda a coleção.
- E observe o seguinte, meus quadros só tendem a valorizar, principalmente após meu passamento. E eu lhe prometo morrer muito em breve, arrematou, rindo gostosamente.

O almoço foi muito bom apesar da presença de apenas quatro companheiros, quando o habitual são doze, quinze. A conversa ficou mais concentrada, disseram. Muita cerveja, pouca comida, que estou de dieta. A cerveja foi tomada com moderação e ajudou na fluidez do verbo. O Nunes “esqueceu” um compromisso e se apresentou como uma pessoa desprovida de quaisquer problemas, pelo menos naquele momento. E eu me sentia muito leve, descansado e também não vislumbrava qualquer perturbação no horizonte; e não era por causa da loira gelada.

Aprendendo a borrocar, em 11 jan 2009
(Cliquem na imagem para ver os detalhes)

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Você sabe o que é corretor zoológico?

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Notícias de Israel

Repassaram-me um e-mail cuja autoria era questionada; o suposto autor poderia ter fornecido um nome fictício. 

Hoje mesmo ouvi a entrevista de um dos vários brasileiros residentes há muito em Israel. Ele reside em um kibutz (esse da foto é o próprio paraíso - cliquem para apreciar melhor) e narra as coisas do lado de lá.

Na página LINKEDin pude verificar que existe em Israel um Marcelo Treistman, profissional do judiciário, o possível autor da mensagem que segue. Não pude entrar em contato com ele porque o LINKEDin oferece apenas o InMail para isso, com uma taxa assaz salgada para os meus parâmetros. Se fosse o preço para evitar tanto derramamento de sangue eu pagaria. O texto é um pouco longo. Espero que traga o mínimo de esclarecimento.

Estou morando em Israel e gostaria de tecer alguns comentários verdadeiros sobre o recente conflito.
Tenho lido O Globo diariamente e fico estupefato com as noticias que chegam até vocês e principalmente com os comentarios deixados pelos leitores.

Gostaria que vocês somassem a estas opiniões o que vou lhes relatar. E como consequencia, que vocês tenham uma opinião mais imparcial.
Em primeiro lugar estou bem. A vida é normal. Universidade, trabalho e diversão.
Israel desocupou a faixa de gaza em 2000 (importante ressaltar que esta ocupação não foi a causa de tantos anos de conflito, foram consequencia direta deles). Israel saiu desta região e deu autonomia para o governo palestino. Desde o 2o dia em que Israel não estava lá, misseis eram lançados TODOS OS DIAS em direção a Israel. Este ano cairam em territorio israelense 6.000 misseis kassam nas cidades que fazem fronteira com a faixa de gaza. 6.000 MISSEIS.

Há algum tempo Israel ja vinha tentando o diálogo com o governo eleito Hamas, para que parassem os ataques.
O Hamas, diga-se de passagem, não possui o menor interesse de diálogo, e sequestra a causa palestina (Causa esta, justa. Todo povo, merece um lugar para desenvolver sua cultura, lingua, tradiçao. Assim como o povo judeu possui Israel, o povo palestino MERECE o pedaço de terra deles). O HAMAS está mais interessado na destruição de Israel do que na criação do estado palestino.
É muito difícil apertar a mão de quem não estende o braço.

Há alguns meses, vivíamos uma falsa calmaria com uns dois ou tres misseis caindo TODOS os dias. Estávamos com um cessar fogo declarado.
Ha alguns dias o prazo deste cessar fogo acabou. Ao invés de prolongar o cessar fogo, o HAMAS mandou 50 MISSEIS em um dia para dentro do território israelense. Matou um civil. Destruiu algumas dezenas de casa.
O que o governo israelense poderia fazer? Era hora de um basta e por isso estamos vendo as cenas lamentáveis de destruição em Gaza. Os terroristas se escondem em meio a população civil. Ontem Israel destruiu uma plataforma de lançamento de misseis que ficava em UMA ESCOLA PRIMÁRIA.

Não acredito que esta ação por parte do exército de Israel vai resolver o conflito. Mas era hora de destruir as instalaçoes terroristas.  Imaginem vocês se o Uruguai mandasse um missel para dentro do Brasil. Ou o México nos Eua. O que estes países iriam fazer?
Leio nos jornais que a reação de Israel foi desproporcional. Parto do principio então, que as pessoas entendem e respeitam que Israel tinha que ter uma reação! Se foi desproporcional ou não é outra discussão. Mas reação tem que existir.

Leio assustado os comentarios dos leitores. Ser contra Israel estar estabelecido na região é uma opinião. Ser contra a reação israelense em Gaza é uma opinião. 
Pedir a morte dos judeus e a volta de Hitler não é uma opinião. É uma declaração deplorável, mas que nestes dias começam a pipocar nos jornais. FIQUEM ATENTOS. ISTO É ANTI-SEMITISMO.
Li acusaçoes de que os judeus são culpados dos problemas do mundo: da fome, miséria, somos "donos" do banco mundial, somos "donos" de Hollywood, "roubamos" a terra dos palestinos....
Cada vez que Gaza explode na imprensa internacional — e só explode quando, finalmente, há uma reação israelense —, por trás da notícia, subsistem centenas de ataques prévios palestinos, cuja bondade jornalística não mobiliza nenhum interesse. Isso significa que toda reação israelense é justificada? De forma alguma, e vou aos fatos.

Creio que Ehud Olmert, em sua necessidade de demonstrar que é um líder forte — depois da acumulação dos erros da guerra do Líbano —, tomou decisões que, se bem têm uma lógica militar, não têm uma lógica democrática. Não se pode justificar, de nenhuma maneira, o isolamento total de uma população civil. Inclusive, ainda sabendo da implicação dessa população na fustigação permanente contra Israel.
Entretanto, tal defesa, não significa que se esqueça a crítica situação em que vive Israel, em guerra declarada ou latente desde há décadas, rodeado de milhões de inimigos que querem fazê-lo desaparecer, demonizado por quase todos, vigiado até o delírio pela imprensa internacional, e é o país único de todo o mundo que não pode perder a guerra nem um só dia.

Não tenho dúvida alguma que, apesar de sua notável inteligência militar e de seu armamento, Israel é o país mais frágil da região. À diferença de seus inimigos, que podem permitir-se a ditaduras temíveis, apoio logístico a todo tipo de grupos terroristas e até ameaças de destruição, Israel mantém uma sólida democracia, aporta avanços científicos à humanidade e, além disso, é obrigado a dedicar o volume mais substancial de seu PIB à urgente necessidade de defesa. É o único país do mundo que vive numa situação de tormenta extrema desde que existe e, no entanto, é o único que tem que pedir perdão para sobreviver.
O que ocorre, pois, em Gaza, é o enésimo capítulo do capítulo de sempre, cujo percurso previsível não implica, infelizmente, que não se repita. O Hamas mantém a violência cotidiana, mantém a ameaça global, e mantém o adestramento no ódio antiisraelense. É claro, mantém também o elogio público ao martírio. Toda esta bomba-relógio, que explode periodicamente, como explodiu a bomba do Hezbolá, e acabou na guerra do Líbano, não merece nem a reprovação da Liga Árabe, que só se reúne para demonizar Israel, nem a crítica da ONU, nem o repúdio internacional.
Pelo contrário, todos os movimentos de defesa israelenses são demonizados na hora, e aí temos a corte dos intelectuais pró, erguendo sua indignação ao sol. Parece-me bem a crítica democrática a Israel. Mas, para ser crível, seria bom escutar alguma solidariedade com as vítimas israelenses, alguma denúncia ao terrorismo islâmico palestino, algo de indignação pelo uso corrupto das ajudas internacionais, e algo de preocupação pelo papel bélico dos países da região. 

E, entretanto, há o silêncio. O que leva a uma conclusão inevitável: que, com respeito a Israel, a fronteira entre a crítica democrática e a criminalização maniqueísta, é tão tênue que se viola na maioria dos comentários. Sobre Israel não se faz análise política. Perpetuam-se as velhas artes da difamação e da propaganda.

Parece-me lógico e exigível que o mundo exclame quando morrem inocentes em Gaza.
Mas já não me parece tão lógico que não se intente saber o que aconteceu, o teor da convulsão e complexidade que apresenta o conflito. Não existem terroristas que manipulam todo o tipo de explosivos? Não existe o uso de uma violência generalizada que não tem problemas em utilizar adolescentes para perpetrar matanças? Não caem diariamente dezenas de mísseis nas proximidades de Ashkelon (Israel)?

De maneira que antes de transformar o exército israelense numa espécie de esquadrão assassino, sem escrúpulos nem moral, seria necessário tentar conhecer os fatos. Mas não é o caso. De fato, nunca é o caso quando se trata de Israel. Com um automatismo que não se gera em nenhum ou fato lamentável, a imprensa dá por fato que é normal Israel ir fazendo matanças indiscriminadas de civis palestinos.

As manchetes eram explícitas: "outra matança de civis nas mãos do exército", "o exército volta a matar civis", "como é habitual, Israel…" E assim, o habitual é dar uma imagem distorcida, perversa e criminosa do exército democrático de um estado democrático, sem nenhuma vontade de conduzir-se pelos códigos deontológicos da profissão.

É provável que a imprensa acredite que esteja a favor das vítimas, e sacrifique o bem superior da solidariedade ao bem público da informação. Certo? Então, por que não fala nunca dos palestinos, vítimas da loucura fundamentalista? Por que não fala das mães que são proibidas de chorar a morte de seus filhos suicidas? Por que não consideram vítimas os palestinos que apóiam o Islã totalitário? 

E, num contexto mais geral, por que não falam das muçulmanas que lutam por sua liberdade, das que querem escolher os seus maridos, as que querem emancipar-se profissionalmente, as que querem ser tratadas como seres humanos dignos? Por que, esta imprensa que acredita que está ao lado das vítimas, não se interessa pelos massacres islâmicos no Sudão, com seus milhares de assassinatos? Por que não nos explica a aterradora asfixia que sofrem os cidadãos do Iêmen? Por que não consideram vítimas os pobres iraquianos massacrados pelos terroristas fundamentalistas? De fato, por que falam de insurgência e não de terrorismo?...Não. Não é correto. Porque a motivação não é a solidariedade, mas um estágio ideológico superior — ainda que moralmente inferior —: o que realmente interessa é poder usar as vítimas para estruturar, com convicção, o antiocidentalismo que é latente. Relativismo moral camuflado sob a crosta do esquerdismo.

Obrigado pela atenção.
Marcelão Treistman

A origem do @ e do &

Diz-se que quem conta um conto aumenta um ponto. Pena é quando diminuem, e omitem o autor da algaravia. Geralmente quem coloca textos em e-mails não é do ramo e não está nem aí para o autor. Foi assim que recebi o texto abaixo. No entanto vi no blog da Scylla Mazzillo que ela o retirou do livro A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta. O Biquini Cavadão diz tratar-se de um livro delicioso de se ler, consultar ou de usar como referência em bate papos. Pimenta trata de explicar o porquê de certas expressões e palavras de nossa língua. 

O CTRL-C e CTRL-V funcionam admiravelmente, os textos que li são absolutamente idênticos. Tenho a impressão de já ter visto o assunto antes, mas como não se trata de coisa relevante, me soa como novidade. Vale como divertimento.

Na idade média, os livros eram escritos pelos copistas a mão. Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço, nem para o trabalho ser mais rápido. O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram valiosíssimos. Então, foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (o m ou o n) que nasalizava a vogal anterior.
       
O nome espanhol Francisco, que era grafado Phrancisco, ficou com a abreviatura Phco. e Pco. Daí, foi fácil Francisco ganhar em espanhol o apelido Paco. 
       
Por sua vez, os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por algum feito significativo em suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo.. Mais tarde os copistas passaram a adotar a abreviatura JHS PP e depois apenas PP. A pronúncia dessas letras em sequência explica porque José em espanhol tem o apelido de Pepe.
      
Já para substituir a palavra latina et (que se traduz por e), os copistas criaram o símbolo &, que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras. Este sinal é popularmente conhecido como e comercial e, em inglês, tem o nome de ampersand, que vem do and (e, em inglês) + per se (do latim porsi) + and.
       
Com o mesmo recurso do entrelaçamento de suas letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina ad, que, entre outros, tinha o sentido de casa de.
       
Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço. Por exemplo: o registro contábil 10@£3 significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma. Naquela época, o símbolo @ já ficou conhecido, em inglês, como at (a ou em).
       
No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contábeis dos ingleses.
      
Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (a ou em), acharam, por engano, que o símbolo seria uma unidade de peso.
       
Para esse entendimento, contribuíram duas coincidências:
1- a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo a inicial lembra a forma do símbolo;
2- os carregamentos desembarcados vinham freqüentemente em fardos de uma arroba. 
Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de 10@£3 assim: dez arrobas custando 3 libras cada uma.
       
Então, o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba.
Arroba veio do árabe ar-ruba, que significa a quarta parte; a arroba (15 kg em números redondos) correspondia a ¼ de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal ( 58,75 kg ).
       
As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados). O teclado tinha o símbolo @, que sobreviveu nos teclados dos computadores.
       
Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletrônico (e-mail, em inglês), Roy Tomlinson aproveitou o símbolo @ (at, em inglês), disponível no teclado, e aplicou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor.
       
Assim, Fulano@ProvedorX ficou significando: Fulano no provedor (ou na casa) X.
       
Em diversos idiomas, o símbolo @ ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma. Em italiano, chiocciola  (caracol); em sueco, snabel  (tromba de elefante); em holandês, apestaart  (rabo de macaco). Em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel, em Israel; strudel, na Áustria; pretzel, em vários países europeus.

Papai Noel existe e é fiel

Coloquei o sapato na janela e vejam no vídeo o que aconteceu. Ora, na verdade eu não tenho condições sequer de recebê-lo, esse brinquedo de 5 metros de comprimento por 5 metros de envergadura. Mas foi assim que o amigo Brival se lembrou do tempo em que a criança, até a noite de ano novo, acreditava, esperava e recebia sua modesta ambição de criança. Por isso ele deu ao assunto do e-mail desse clip o sugestivo nome de Papai Noel no Ano Novo.


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Burn Intense Energy Drink

Este foi o último e-mail enviado por um amigo e se torna o primeiro post do ano. Assim começamos com amenidades, sabendo que muito chumbo grosso virá por aí, apesar dos sinceros votos de paz, saúde e dinheiro que os amigos se desejam a cada ressurgir de uma nova esperança que cada novo ano traz.

Burn Intense Energy Drink (boisson énergisante caféine & guarana) é uma daquelas bebidas multi funcionais comumente chamadas de arrebite. É a solução para o estudante que precisa varar a noite estudando para a prova do dia seguinte, é o amparo não muito legal para o motorista que tem pressa de entregar sua carga e não pode dormir na estrada, é o viagra dos amantes que têm um desempenho a cumprir se bem que, nesse caso, a mente fica um tanto embotada e o cidadão acaba comendo um gatinho por lebre.

Este produto é propriedade da Coca-Cola Services France. Vamos ao video.