Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Uma festa real num lugar virtual


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O Paulo me apresentou as pessoas mas esqueci os nomes, lá se vão 23 anos. Fomos a um magnífico sítio e ele me contou maravilhosas histórias, de uma encarniçada luta entre uma cobra e um lagarto na piscina vazia do lugar, do velho proprietário com um canivete chupando laranjas ao lado das laranjeiras, do desgosto que ele teve ao dar parte do sítio ao filho e vê-lo vender essas terras, da beleza de sua filha, o que ainda pude testemunhar. Mas eram outros tempos. Ela ponderou que ele estava sumido, mas eram compromissos do trabalho, ele respondeu. Agora que estávamos em campanha política dispúnhamos de tempo para visitar os amigos.

O Paulo era meio galinha, logo veio com uma conversa enviesada pra cima da "jovem", que lhe respondeu: "seu Paulo, meu tempo já passou".

Numa outra vez em que lá estive ela me convidou para uma festa no sítio. Cheguei na minha Brasília e estacionei ao longo de inúmeros carros que estavam no caminho de acesso ladeado por bouganvílias de variados matizes. Muita gente compareceu. 

Eu me lembro, quando mais novo, de ter passado por esse sítio, cujas terras iam até o final da rua numa extensão de quase duzentos metros por cem, contra os quarenta metros que tem agora. 

Nunca mais passei por lá e tenho visto no Google Street View apenas ruínas. Quando estiver com mais tempo perguntarei aos vizinhos o que aconteceu aos moradores. Pude ver também uma faixa reclamando do lixo deitado em frente ao desmoronado muro por vizinhos desclassificados. 

As bouganvílias e os jardins foram destruídos, a casa principal foi demolida. Não consigo enxergar muito mais coisas até o final dos 100 metros de terreno, mas fotografei (comprovei) a faixa. Ela diz: "Se você tem vergonha na cara, não jogue lixo ou entulho neste local pois será processado judicialmente. Estamos de olho em você".

Como falei, há um muro em ruínas e um portão fechado a cadeado. O que desapareceu do muro foi completado com madeiras velhas e arame farpado, afora galhos de árvores abatidas. Completo descaso. O atual dono não tem muita moral para reclamar dos porconildos.


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