Aqui neste blog você encontrará pequenos erros: a troca de x por s, de z por s, e vice-versa, e até equívocos de acentuação, que ainda não me adaptei à reforma ortográfica e, bem antes dela, acentuação sempre foi meu calcanhar de Aquiles. Erro de digitação não pode me justificar já que reviso tudo que escrevo.
Agradeço a quem encontrar uma distração minha, nessas mal traçadas linhas, avisar-me "discretamente", sem expor minha ignorância à execração pública.
Dia após dia me deparo na internet com maneiras erradas de tratar o vernáculo. A ocorrência mais frequente é a confusão entre o modo de se referir a fatos passados e a acontecimentos futuros. É comum lermos, mais em comentaristas de blogs: isso aconteceu a muito tempo. Ou ainda: isto acontecerá daqui há dois anos. Explicação definitiva: passado - isso aconteceu há muito tempo -, usa-se o verbo haver. Futuro: isto acontecerá daqui a dois anos - usa-se a preposição a.
Eu tenho muitas dúvidas a respeito da "última flor do Lácio, inculta e bela", o problema é não tê-las. Se você tem dúvidas sobre o tempo de um verbo, regência verbal, etc, tudo se encontra na internet. Por exemplo: sobre a cedilha há coisas interessantes. No castelhano antigo Cícero soava Kíkero, então foi colocado um pequeno Z por baixo do C para abrandar-lhe o som. Este Z passou a ser chamado zedilla e, posteriormente, cedilla e depois adicionado à letra sob a forma de uma vírgula. Em 1536, Fernão d'Oliveira, nosso primeiro gramático, ainda escrevia "çidadão" e "Çíçero", prática criticada em 1576 por Duarte Nunes de Leão, que recomendava usar cedilha apenas antes de A, O e U.
No entanto, alguns blogueiros ainda escrevem criançinha como diminutivo de criança. Lamentável!
Tenho insistido na publicação de posts enfatizando a diferença entre há muito tempo e daqui a algum tempo. É tudo uma questão de raciocínio. Há pessoas que se confundem no emprego de uma simples crase. A crase é a contração da preposição a com o artigo a. Por exemplo: entrega a domicílio. Domicílio é masculino, então não há crase.
Entrega a domicílio encerra outra polêmica - alguns "puristas" da língua inventaram a entrega em domicílio, do mesmo modo como trocaram risco de vida por risco de morte. Achei a explicação definitiva no Recanto das Letras. E continuarei entregando a domicílio. Mas quem quiser pode entregar em domicílio, é uma questão de interpretação.
Isto posto e decidido a dar minha contribuição para que as pessoas evitem falar e escrever coisas como "estou meia perdida (mulher)" e "estou usando menas quantidade", deixarei aqui no blog, na primeira sidebar, alguns pares de termos onde um, erradamente, é usado no lugar do outro.
Para mais exemplos pode clicar em Revista Língua Portuguesa, de onde saiu inclusive a ilustração acima.