Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Néstor Kirchner e o carrinho de rolimã

Meu pai era marceneiro e eu já estava a lhe cobrar um brinquedo para o seu filho. Há muito tempo eu engoli em seco quando ele fizera um carro em miniatura ao qual um seu amigo iria adaptar um motor. Seria o presente do filhote de um outro amigo. Porém nunca fui de reclamar.

Um belo dia chega o meu carro de madeira, tipo carrinho de rolimã, com direção e freio. Um carrinho de verdade, com o banco alto e uma direção verdadeira, não aquela acionada com os pés, como os carrinhos dos outros garotos.

O quintal de casa era razoável: 22 por 30 metros. Descontada a casa havia espaço para um bom circuito. Os garotos e garotas se revezavam nesse passeio. Um dirigia e outro empurrava. Havia um ponto, como nos ônibus, onde era feita a troca de "motorista". Só que uns espertos inventaram um outro ponto e eles, entre risos, revesavam entre si deixando os outros com cara de bobos (de babacas, seria o termo exato). Nunca vi o dono da bola não ter lugar no time, então mandei a mensagem: "game is over, perderam, idiotas". Cada um para suas casas.

Na Argentina Cristina Kirchner sucedeu na presidência ao seu marido, Néstor Kirchner. No último domingo transcorreram as eleições legislativas que seriam uma espécie de plebiscito para os Kirchner. Falava-se até em uma dinastia Kirchner. Esperava-se para a quinta-feira anterior um "panelaço contra as fraudes" em Buenos Aires e em outras cidades, não sei se houve.

A ilustração acima deveria mostrar um bando de moleques avessos à democracia, querendo monopolizar o carrinho de rolimã para um pequeno grupo de espertos. Mas como o poder é um delicioso e lucrativo brinquedo e a continuidade é que conta...

Ah, sim, os Kirchner deram com os burros n'água. Já está na hora de os continuístas revirem seus conceitos. Em Honduras não deu certo.

Você já teve problemas com produtos da Microsoft?

Por onde poderemos começar? Bem, eu tenho instalados os seguintes navegadores: Internet Explorer 8, Google Chrome, Mozilla Firefox 3.5 beta 4, Flock e Opera e eu costumo usá-los mais ou menos nessa ordem. Tudo funcionava bem e eu não sabia para que servia o ícone Compatibility View, ao lado do Refresh, no Internet Explorer 8. Agora já sei.

Tudo funcionava muito bem, repito, mas de repente comecei a receber a mensagem "Internet Explorer cannot open the internet site http...... Operation aborted". E isto acontecia quando abria alguns blogs meus e até blogs de terceiros... do Blogger. Se antes não acontecia é porque a Microsoft andou mexendo nos seus códigos. A Google não acusou o golpe e diz que está pesquisando o grande número de reclamações de seus usuários e pede desculpas pelos inconvenientes.

Eu instalei o Windows 7, não paguei nada por ele, sou uma cobaia. Posso usá-lo free até julho de 2010, se não me engano. Nele vem instalado o Internet Explorer 8, com os mesmos problemas para se abrir os blogs do Blogger. E se eu tivesse pago, iria me queixar a quem?

Há coisas estranhas no reino da Microsoft: fiz todas as atualizações nos diversos programas pelo Windows Update, agora não posso mais. Eles me pedem para entrar como Administrador. Ora, mas eu sou o administrador. Eles ficaram malucos?
Quando se tecla na barra de endereços, aparece a mensagem: "Download Windows Search to improve history and favorites results". Não estão contentes com o Google Search?

Eu estava achando que meus problemas eram o resultado da minha quantidade de widgets e resolvi trocar o template. Não adiantou, evidentemente. Minha recém instalada nuvem de tags funcionava em todos os navegadores, menos no IE8. Foi quando percebi o ícone Compatibility View (nem sempre ele está lá, ao lado do refresh). "Websites designed for older browsers will often look better, and problem such as out-of-place menus, images, or text will be corrected". E não é que agora tudo voltou ao "normal"? Parece que essa Compatibility View faz o IE8 comportar-se como o IE7.

Encontrei a resposta no blog El Escaparate. E quando eu procedia à leitura... ele também caiu.

Por favor, leitores meus que usam o Internet Explorer 8, apertem a Compatibility View ou cairemos ambos!

Patricia Barber ou, Qual seu conhecimento de música?


Eu era um leitor assíduo das Seleções do Readers's Digest aos 14 anos. Meu tio era assinante da revista e eu pegava carona. Bem mais tarde, quando tive dinheiro, também fiz uma assinatura, de tanto que eu gostava dos artigos diversos, se bem que divulgassem principalmente o estilo de vida americano, the american way of life.

Eu me lembro da série que discorria sobre os imigrantes na América, principalmente dos que atuaram na música: Alfred Arnold Cocozza (Mário Lanza), Francis Albert Sinatra (Frank Sinatra), Pierino Como (Perry Como, um dos meus favoritos), esses, "italianos". Leonard Warenoff (Leonard Warren) nasceu em Nova York e era filho de judeus russos; na minha modesta opinião nunca houve uma voz de barítono igual à sua.

Um artigo inesquecível (olha eu aqui lembrando dele) falava de um casal que residia próximo a um quartel. Certa vez, regressando do trabalho, o marido presenciou sua esposa no maior papo com alguns militares dentro de casa e reclamou da situação. Os militares alegaram que ele não podia monopolizar a simpatia de sua esposa, ninguém podia ter direitos exclusivos sobre o sol.

Um outro artigo tratava do gosto musical de Albert Eistein. Em uma audição particular, na mansão de um ilustre cidadão, o cientista sentou-se ao lado de um jovem jornalista e percebeu que ele se sentia muito desconfortável. Entendendo seu problema levou-o a um aposento no andar superior da casa e lá colocou uma música de jazz, intrumental, muito simples - Blue Moon -, para tocar e comentou sobre os diversos instrumentos e sobre as características da composição.
Em seguida colcou na vitrola um clássico fácil (pense em L'après-midi d'un faune, de Claude Debussy).





Leopold Stokowski regendo a London Symphony Orchestra. Música lindíssima. Ganhe um tempo ouvindo-a, primeira e segunda partes.

Depois passaram a algo mais complicado (pense no Concerto para Dois Pianos e Orquestra, de Francis Poulenc).



Paola Bruni e Pasquale Iannone ao piano executam o primeiro movimento do concerto

Quando regressaram ao local da audição a fisionomia do jovem "aluno" de Eisten já era outra.

Hoje descobri a execução de uma música que achei muito didática, por isso a digressão a respeito da Reader's Digest, terminando em Eistein. É uma valsa escrita em 1942 por Thomas “Fats” Waller inspirada em exercícios para piano que seu filho Maurice praticava. Aqui os músicos são Patricia Barber, ao piano, e Joe Locke no vibrafone. Não consegui descobrir o nome do guitarrista.

O Vasco fez sua parte, o juiz não


Manchete da globo.com/esportes, após o jogo: Leonardo Gaciba não dá pênalti para o Vasco contra o Corinthians, aos 16 do 2º tempo.

Na segunda-feira o 2º vice-geral e vice de futebol do Vasco, J.H. Mandarino, dizia não crer que a pressão do Corinthians, que reclamava da escalação de Leonardo Gaciba (RS), podesse influenciar a arbitragem:

- Não acredito. O Gaciba é um árbitro dos mais experientes árbitros brasileiros. Não acredito que ele possa se influenciar por qualquer tipo de pressão. A pressão existe em qualquer jogo, do jogo mais comum ao jogo mais decisivo. Então não acredito. Eu creio que ele tem todas as condições de fazer uma boa arbibragem e de conduzir bem o jogo. E que vença o melhor. É essa a nossa posição.

Teria sido melhor o dirigente não ter confiado no árbitro; nunca se deve confiar em árbitro algum. O jogador quando erra, o time é prejudicado; e quando o juiz erra, o penalizado também é o clube. Não seria o caso de se dar um mês de férias não remuneradas para esses caras de preto? Bem, o Gaciba ontem não estava de preto, usava uma vistosa camisa amarela como a justificar que amarelou ao não dar um pênalti a favor do Vasco.

Houve o comentário por parte do pessoal da imprensa esportiva (essa gente também é um caso de polícia) justificando o êrro da arbitragem porque ele estaria encoberto por vários jogadores. Não havia um só jogador entre o juiz e o lance. Vamos às imagens.

Pelas regras, a distância da linha da pequena área ao gol é de 5,5 metros e a distância da linha da grande área ao gol é de 16,5 metros. Como o pênalti aconteceu antes da pequena área, a distância até a linha da grande área, onde se encontrava o Gaciba, seria de 10 metros. O juiz, no entanto, não está diante da falta. Ele está exatamente à frente do canto esquerdo da pequena área - olha o bonitinho ali -, e o famoso matemático grego, Pitágoras, nos diz que, segundo seu teorema da soma dos quadrados dos catetos, o juiz está numa diagonal que mede uns 14 metros. Muita pouca distância para que alguém não testemunhe um delito esportivo.

Agora a bola está chegando aos pés do Élton e evidentemente que ele não pode dominá-la pois já está sendo puxado pela camisa pelo corintiano. Irônicamente, a diagonal entre Gaciba e o Élton fornecia uma visão ampla ao juiz, livre de obstáculos, caso ele estivesse a fim de marcar alguma coisa. Não marcou porque não quis.

Quanto ao bandeirinha, nesses escanteios eles se preocupam em observar se a bola fez aquela tradicional curva por trás da meta. Mas a bola já estava quase nos pés dos jogadores. Ele deveria estar observando a beleza das estrelas no firmamento... A largura do gramado no Estádio do Pacaembu é de 68 metros, 34 metros, portanto, separavam o lance dos olhos percucientes do bandeirinha se não o atrapalhasse uma cruel cegueira mental. Vamos aguardar a próxima tunga. Até quando?

Acima das nuvens


Haroldo Barboza *

Como nosso governo vive voando (literalmente), sempre é o último a saber que nossa aviação civil (e militar) está em crise. E nas raras vezes que transita em terra firme, faz declarações para empolgar a galera. No final de março de 2007 “exigiu” data para o fim do caos que assola o setor. No meio desta zona, o Mi(si)nistro Waldir Pires ficou a ver navios (ou aviões?). Este sim deveria voar para conferir de perto as barbaridades. Mas “Pires” não voa. Se fosse “xícara” teria mais chances, pois esta tem asas.


Esta exigência de soluções imediatas da figura máxima do governo deveria ser feita também nas demais áreas sob sua tutela.

Mas nada funciona por três fatores principais:


1 – Os orçamentos para cada área são aprovados pela Câmara Federal. Mas na metade do ano os valores são cortados em até 60% dependendo do impacto político que garanta a perpetuação no poder das parasitas que “galgaram” (como gatunos escalando muros residenciais) os postos de comando. Ou mesmo por “ordem” de um abutre estrangeiro que nos coloniza e deseja um superávit alto para reduzir o “risco Brasil”.


2 – Do que sobra para aplicar na área, cada “ortoridade” busca um meio escuso de se locupletar do cargo que lhe foi conferido. Sempre deixam uma “merreca” para comprar uma máquina há 15 anos fora de uso no primeiro mundo, um rolo de arame para amarrar pés de móveis prestes a desabar, ventilador para substituir o ar refrigerado que não funciona há 4 meses e uma “verba” para agradar fiscais que possam contestar condições inadequadas de trabalho.


3 – A Justiça omissa e com preguiça não age para punir culpados encontrados com a mão (e o corpo todo) na “massa”. Bandos de advogados de plantão estão com mandatos de soltura prontos (basta colocar o nome do acusado na linha pontilhada) para seus réus primários (mesmo com 20 escândalos nas costas). Os Juízes logo assinam tais documentos desde que seus polpudos salários e suas enormes vantagens estejam garantidos. Se fazem isto pelos marginais que portam armas de fogo, por que deixariam de atender aos que usam silenciosas canetas?


* Haroldo P. Barboza - RJ/Vila Isabel

Matemática (infantil) / Informática (adulto)
Autor do livro: Brinque e cresça feliz