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AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Quem pode mais chora menos

Aproximadamente 240 atletas embarcaram de volta para o país caribenho

Martín García, craque colombiano, não demorou três meses no Vasco da Gama. Tudo indica que está se transferindo para o México. Recentemente outros jogadores deixaram o clube. Isso é normal; quem pode mais chora menos.

No site Granma, Fidel Castro, sob o título La repugnante compraventa de atletas, escreveu:
¿Cuál ha sido el peor problema de los países pobres desde el punto de vista tecnológico y económico? El robo de cerebros.
¿Cuál desde el punto de vista patriótico y educativo? El robo de talentos.
Órganos locales de prensa de países pobres y personas sanas interesadas en el deporte comienzan a preguntarse por qué les roban sus talentos deportivos, después de los sacrificios y los gastos que invierten en formarlos.

E abaixo há citações da imprensa em geral.

Los dos boxeadores cubanos que desertaron durante los actuales Juegos Panamericanos de Río de Janeiro, Guillermo Rigondeaux y Erislandy Lara, utilizaron mediadores para entrar en contacto con la promotora alemana Arena Box Promotions, según declaró a un diario berlinés el turco-alemán, Ahmet Öner, jefe de la promotora.

Los dos boxeadores cubanos que ‘desertaron’ de los Juegos Panamericanos 2007 en Río, Guillermo Rigondeaux y Erislandy Lara, se encuentran en Turquía, donde esperan la concesión de permiso de estancia en Alemania, según afirma hoy el diario ‘Morgenpost’.
'Fidel está naturalmente enojado pero no tiene motivos para maravillarse. Sus boxeadores no quieren seguir siendo amateurs toda la vida, sino ganar dinero’, cita el diario a Öner.

Os jogadores cubanos de volei, que obtiveram a medalha de bronze ontem, voltaram apressadamente ao país com parte da delegação num vôo fretado sem esperar sequer pela cerimônia de entrega. As medalhas serão enviadas para Cuba. Existiram boatos de um plano de deserção em massa e a ordem de retorno teria partido diretamente do líder cubano Raul Castro. O único cubano que iria competir neste domingo é Norbert Gutierrez, na maratona masculina. No Galeão, disseram que ele segue na cidade carioca para a prova.

É evidente que os cubanos não têm direito a ganhar um dinheirinho a mais. Em primeiro lugar o patriotismo. E no Brasil Cacá e Ronaldinho Gaúcho pediram para serem dispensados da seleção durante a Copa América. E nem por isso foram chamados de traidores.

Ouvindo música

Enquanto escrevo ouço uma rádio portuguesa no computador. Pelo menos o sufixo é ponto pt. Escolhi um artista: Dick Haymes. Terminada a audição de sua música o site passou a apresentar artistas de mesmo estilo - Dinah Shore, Frankie Laine, Bing Crosby, Dean Martin, etc. Para Orlando Silva a sequencia foi Elizete Cardoso, Dick Farney, Jorge Veiga, Miltinho, Dorival Caymmi, etc. Muito bom! Para Charles Aznavour vieram Benjamin Biolay (não conheço - deve ser artista novo), Serge Gainsbourg (?), Vincent Delerm (?), Carla Bruni (?). Onde estão Charles Trenet e Edith Piaf? Estou mesmo desatualizado em matéria de música francesa. E para Françoise Hardy? A continuação foi Jane Birkin.
Música italiana: Domenico Modugno (teclei só Modugno e o motor de busca se perdeu), Alan Sorrenti, Sergio Endrigo (ora vejam só!), Gigliola Cinquetti e outros.
E quanto ao violonista popular americano Earl Klugh? Vieram Larry Carlton, Kenny Burrell, Pat Metheny, e outros, nem sempre violonistas.
O site é LAST-FM. O ouvinte pode se cadastrar ou não. Os cadastrados podem ser membros de um fórum, adicionar pessoas como amigos, criar uma rádio, ouvir as rádios de outras pessoas, receber mensagens em uma caixa de entrada, escrever mensagens, enfim, para quem gosta de música é uma página que merece ser explorada.

Peixe fora d'água

O peixe fora d'água do título sou eu sem internet. A figura abaixo, ao contrário, "está sempre inserido no contexto" e faz coisas incomuns dentro d'água para uma pessoa de sua relevância.

Fiquei quase dois dias sem internet. Foi assim: enquanto fazia um intervalo para beber água a conexão sumiu. Tentei alterar o setup do modem mas nem esta página aparecia. Da Oi (ex-Telemar) me informaram que não há suporte a modem roteado. Achei um programa de atualização do firmware do modem e consegui deixá-lo como bridge. Voltei ao suporte. Fui informado de que havia manutenção na minha área; fazer testes na minha conexão seria como testar as lâmpadas de uma casa sem energia elétrica. Deram-me um prazo. Liguei ao final. Novo prazo. A manutenção havia terminado e nada de internet. Alguém da Oi me orientou num tutorial para colocar um ícone discador na tela. Pude navegar finalmente. Me devolveram à água. Mas apaguei o ícone e defini o modem como velox router. Coloquei o computador do jeito que quero. Nada de discar. Ligo a máquina e navego de imediato.

Fui atualizar minha leitura – blogs, jornais, revistas, tudo no computador, claro. E o Lula dava posse ao Jobim, aquela carta na manga que o trapaceiro saca quando chega a hora. Jobim é aquele que quando estava no Supremo tomou um inocente banho de rio, nú com o FHC na Ilha Grande. Mas isso é coisa de criança. Como parceiro de Lula, ainda no Supremo, é que ele revelou seu destino e seu caráter. Jobim é aquele que impediu a quebra do sigilo bancário do doador universal Paulo Okamotto.
Segundo Reinaldo Azevedo a substituição de Waldir Pires por Nelson Jobim deve ser aplaudida e deveria sê-lo ainda que Pires fosse trocado por um poste.

E, durante a cerimônia, o Lula falando as bobagens de sempre, agredindo a gramática e agredindo a memória dos mortos com as eternas gracinhas, fazendo a parte do bobo da corte. Leiam: Na posse de Jobim, Lula faz discurso com tiradas engraçadas.

E o Pires diz que sai com sentimento de frustração e de sonho interrompido. Não falou nada sobre os pesadelos dos brasileiros. E será que o Lula tem mesmo medo de avião? Será que o caríssimo Aero-Lula inibe o presidente?

Enfim, Al Jarreau!

Finalmente Al Jarreau. Eu estava devendo. Afinal de contas eu estava devendo pois é um dos meus favoritos. Desde que ele era um garoto. A idade avança. Está corpulento. A alegria ainda é a mesma. A voz, nem tanto. Espero que não se torne um Romário, correndo atrás da bola, perseguindo a bola. maltratando a bola.

Aqui Kurt Elling and Al Jarreau apresentam "Take 5". Pesquisem Al Jarreau no You Tube. Ele é simplesmente demais.



Descobrindo a boa mesa

Filé a Oswaldo Aranha

Um dos grandes articuladores da Revolução de 1930, Oswaldo Aranha (que foi ministro da Fazenda, do Interior e da Justiça, embaixador do Brasil nos Estados Unidos, ministro das Relações Exteriores e chefe da delegação brasileira à primeira sessão especial da Assembléia Geral da ONU) não imaginava que criaria um dos pratos mais famosos da cidade. A invenção passou para a História - filé a Oswaldo Aranha. Toda semana, o grande político e estadista, amigo pessoal de Getúlio Vargas, almoçava no restaurante Cosmopolita, na Lapa, na época mais conhecido como Senadinho, porque era ponto de encontro de políticos. Ao chegar, pedia um filé alto com muito alho e, para acompanhar, arroz branco, farofa e batata portuguesa (a redondinha). "As pessoas começaram a ver o prato dele e pedir igual", conta um dos sócios da casa, Jorge Santino. "Acabamos incorporando a receita no cardápio e até hoje ela faz grande sucesso." Dali o filé a Oswaldo Aranha saiu para conquistar o Brasil.

Às vezes quando alguém é indagado sobre alguma questão pode até responder que não se lembra nem do que almoçou no dia anterior. Eu me lembro bem que na última quinta-feira peguei um camarão com duas doses da excelente cachaça Rampini, de Paraíba do Sul, Rio de Janeiro. Mas, em 1959?, 1960?, fica difícil lembrar. Por esses anos, já na Escola de Aeronáutica, fazia os exames periódicos de saúde no Ministério de Aeronáutica (ainda era no Rio?), perto do Aeroporto Santos Dumont e perto do Clube de Aeronáutica. Durante três dias nos examinavam da ponta dos fios de cabelo até a extremidade das unhas do dedão do pé. E em meio a essa maratona nos facultavam almoçar no Clube de Aeronáutica a preços módicos, facilidades para estudantes sem muitos recursos.

Tenho um amigo com quem frequentemente almoçava, isso há vinte anos mais ou menos. Além de pratos comerciais às vezes extrapolávamos e íamos ao Bar Brasil, ali nos Arcos, ou ao Oxalá, comida baiana, perto da Câmara. No Oxalá, quando eu ía com colegas eles é que pediam; eu pegava carona no pedido - carurú, vatapá e outras coisas deliciosas. Quando eu estava sòzinho me enrolava e pedia o trivial - carne de sol com macaxeira ou um feijão da roça. Ah, sim, e uma bagaceira, aquela do garrafão, para a cerveja descer bem redonda. No Bar Brasil eu quase sempre pedia Kassler (costela defumada) com lentilha. Na última vez que lá estive fui com meu amigo. Pedi a Kassler costumeira e ele, um peixe e perguntou ao garçon se o peixe estava legal.
- "Jóia! O peixe está jóia!", disse-lhe efusivamente o atendente. Eu já havia censurado essa atitude dele noutra ocasião:
- "O garçon sempre vai dizer que o prato está excelente. Ele é a última pessoa a ser perguntada a respeito. A não ser que você seja um freguês "da casa".
Dali a pouco voltou o garçon e falou: - "Mil perdões, mas hoje não teve peixe!"
E eu para o amigo: - "Viu?, seu babaca!".
Certa vez ele me havia confidenciado que não comia comida, comia preço. Era um homem metódico, de hábitos simples. Tradução: pão-duro.

No Clube de Aeronáutica, pela metade do preço, escolhi o que havia de melhor no cardápio. Teria sido o filé a Oswaldo Aranha? Às vezes tenho a impressão de que se tratava de um prato bem mais bonito, mais suntuoso; mas por falta de adereço ou de alegoria é que não deixarei de desenvolver este enredo. Digamos que tenha sido o prato do grande político brasileiro.

Alguns dias depois tive alguma coisa para resolver, talvez até mesmo no Instituto de Seleção e Controle da Aeronáutica e aproveitei para almoçar lá no Clube, aquele prato famoso. Na hora de pagar me disseram que a "promoção" de preços baixos para os cadetes foi apenas enquanto duraram os exames periódicos. Dei o que tinha no bolso e deixei nome e matrícula como garantia. Voltei na mesma semana para pagar o resto. E agora me lembro do meu amigo que comia preço. É uma ação que pode nos livrar de situações embaraçosas.

Tudo japonês

Uma prancha do teste de Rorschach

Se um japonês te perguntar: - "Lembra de japona, no?" - fica complicado. Não dizem que japonês é tudo igual? Quando entro em um ambiente pela primeira vez, todos os presentes, para mim, são "japonês". Difìcilmente, se eu lá retornar, conseguirei reconhecer alguém.
Mas tenho um amigo que é um japonês entre os japoneses. Ele me detalhou, muito tempo depois, as peripécias de um atual amigo nosso por ocasião do teste psicotécnico na Petrobrás. Chegara a vez do teste de Rorschach. O teste de Rorschach é uma prova psicológica projetiva desenvolvida pelo psiquiatra suíço Hermann Rorschach. O teste consiste em dar possíveis interpretações a dez pranchas com manchas de tinta simétricas. A partir das respostas obtidas pode-se obter um quadro amplo da dinâmica psicológica do indivíduo.
Eu era um craque nesse teste. Achava borboletas, mamutes, morcegos, etc... Mas o amigo, segundo o pseudo japonês, escreveu uma única palavra: vagina. Não vou declinar seu nome, apesar de achar altamente meritória uma pessoa que só pensa naquilo.
E, tempos depois, já na Petrobrás, eu conversava com uma garota sobre testes psicotécnicos. E falando sobre o Rorschach ela disse que dava reprovação ver nos testes uma vagina ou uma xoxota (ela fazia distinção - eu não perguntei qual era e acho isso irrelevante). É claro que a imagem parecia uma perseguida, mas ninguém tinha coragem de escrever. O valente escreveu lá e foi aprovado. Talvez tenha tido até promoções na carreira por conta de sua sinceridade e objetividade.

Rebobinando a máquina do tempo. Eis-me em março de 1958 descendo de um trem na estação da gloriosa Barbacena, Minas Gerais, para juntar-me a quase duas centenas de inesquecíveis companheiros. Éramos não sei quantos alunos do primeiro ano e 39 alunos pára-quedistas - esses entrando no segundo ano da turma de 1957 -, cujos componentes já nos esperavam desde a véspera e nos receberam com grande alegria na expectativa de, dali a momentos, poder iniciar algumas sessões de trotes.
Você se lembra de uma pessoa. Algumas saem carrancudas na foto, outras com um meio sorriso e, finalmente, aquelas parecendo pinto no lixo, felizes com a vida e irradiando SEMPRE seu amor à vida. Não que as outras não o façam, mas é menos.
Lembro de um japonês feliz. Chegamos tarde, quase à hora do jantar. Os veteranos trouxeram nossas bagagens e as deixaram na varanda do alojamento. Fomos para o refeitório. E de pé, esperando uma ordem para sentar, os da mesa ouvimos um sábio conselho de um simpático japonês: - "Comam pouco. Vem trote aí. Nunca se sabe, pode-se levar um sôco na boca do estômago!"
Acho que um dos componentes da mesa era o falecido José de Albuquerque Magalhães Gomes. O sorridente japonês era o Luiz Fernando Guimarães Pondé. Lembrei desse fato justo quando acabo de receber uma sua mensagem enviada à turma, A TURMA QUASE PERFEITA. Ele que confirme o que digo, se por acaso se lembrar daquela ocasião e aqui deste japonês.
Pondé, um grande abraço.

Visite A TURMA QUASE PERFEITA.

Ainda Milind Mulick

Cycle against Orange wall - Watercolour
Ainda Milind Mulick porque no ex-blog Borrocando publiquei um artigo sobre esse aquarelista indiano. Os indianos têm uma longa tradição em pintura e Mulick, além do seu inegável talento, teve a iniciativa de divulgar seus trabalhos em uma bem organizada página. Vejam aqui. Naveguem pelos seus Thoughts e, principalmente, pelas Galleries.
Um professor recomendava aos seus alunos: - "Não tenham medo. Se o aspecto da pintura na tela não agrada, vão quebrando a idéia corrente e acrescentem novos elementos. Quebrem, quebrem!"
Num desenho a lápis a borracha corrige os erros. Na pintura a óleo acrescenta-se qualquer matiz de tinta. A aquarela não admite erros, Pinta-se do claro para o escuro, nunca do escuro para o claro. Não há volta. Vai-se até onde a sensibilidade permite.
Mulick se permite muita coisa, principalmente no tocante às cores. São as cores da sua imaginação, cores que quase sempre superam a realidade.


Horse on waighat - Watercolour


Konkan - Watercolour

University - Watercolour

Patrulhas, caretas e inspirações sinceras

Atribui-se a Vicente Mateus, ex-dirigente do Coríntians, entre outras dezenas de frases, a seguinte: "Quem está na chuva é para se queimar". Muito certo. Há muita gente que se expõe à chuva de opiniões e sai queimada. A atriz Marília Pêra fez declarações a favor de Collor de Mello e depois reclamou do patrulhamento. Igualmente a excelente cantora Simone que, na posse de Collor, foi escalada para cantar o Hino Nacional. Não dou um centavo por um disco dela. Sou um terrível patrulheiro. E o Dominguinhos? Fez músicas e apresentações nas duas eleições do Fernando Henrique Cardoso. Será que seu talento não dispensaria vôo tão rasteiro? À propósito, onde anda Dominguinhos? E onde anda Simone?
Apesar de receber a pecha de alienado, o "rei" Roberto Carlos não se mete nessas furadas. Aliás, rei de quê? O rei da voz era Francisco Alves. Roberto Carlos foi um rei imposto pelo Chacrinha. Em matéria de música eu o considero um chato de galochas - se bem que já cantou até com o Pavarotti -, além de ser um pequeno pecador no quesito plágio. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro confirmou que a música "O Careta", lançada por Roberto Carlos em 1987 pela gravadora CBS é plágio da canção intitulada "Loucuras de Amor", de autoria do compositor Sebastião Braga.
Roberto Carlos deu o trôco. Sebastião Braga falou demais. Disse que Roberto Carlos era o rei do plágio; foi processado pelo "rei" mas saiu no lucro. Foi condenado a pagar uma merreca em vista do que recebeu pelo plágio real.
Mas nem tudo pode ser imputado ao "rei". Uma sua criação famosa é "Emocões", da autoria de Erasmo Carlos. E eu estava ouvindo a música "I wanna be around", com Tony Bennett. Nem tudo é plágio. Às vezes há uma pequena "inspiração". Procure cantar a letra de "Emoções" em cima da melodia de "I wanna be around". São bem parecidas. Eu acho que foi apenas uma inspiração. E o que é uma inspiração? Pode ser uma admiração por uma idéia musical ou pode ser apenas uma racionalização, uma resposta esfarrapada que se dá ao curioso. Meu amigo Dilvar Passos Pimentel, grande violonista, tinha suas composições. Uma que eu admirava era o "Sobe e desce" que ele compôs quando trabalhava numa agência do antigo Banespa em São Paulo. No elevador, ouvindo as perguntas dos usuários, - "Sobe?", - "Desce?", ele se inspirou para compor essa bela obra. Mas certo dia apresentou uma outra peça ao famoso maestro da Rede Globo, Lincoln Olivetti, que eu conheci bem pequeno, desde que fundou uma pequena banda. Dilvar era amigo do pai do maestro.
Me disseram que esse maestro possuía ouvido absoluto, isto é, sabia qual era a nota tocada apenas ouvindo-a. E em que isso ajuda a um músico? Afinal de contas, Beethoven era surdo.
E o Lincoln Olivetti lhe perguntou: - Que bonita música! Em que você se inspirou?
E o Dilvar: - Me inspirei no Norte!
- Legal, que bacana, respondeu o maestro.
Quando o Dilvar me contou essa passagem ele arrematou: - Me inspirei no Norte porra nenhuma!
Há músicos que se inspiram nos sentimentos emanados pela mulher amada, outros na arrebatação que os possui apenas admirando uma bela mulher, e outros há que se inspiram até na condição da miséria humana. Há inspiração para todas as "Emoções". Em seguida a letra. Mais abaixo a melodia de "I wanna be around". (Duplo clique no <play>).

Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções sentindo

São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo

Sei tudo que o amor é capaz de me dar
Eu sei já sofri, mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi.

São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo

Em paz com a vida e o que ela me traz
Na fé que me faz otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi.

De soldado raso a tenente

Ter sido reprovado no concurso para o primeiro ano da Escola Preparatória de Cadetes do Ar me deixou profundamente triste e sem rumo apenas até pegar a condução de volta para casa. Já então, mais conformado, já sabia o que fazer para tocar a vida: continuar os estudos e fazer o concurso para o segundo ano da Escola. Teòricamente seria mais fácil - a matéria de apenas um ano, que eu ainda iria cursar. E foi o que aconteceu.
Minha época do serviço militar já tinha chegado. Alistei-me na Aeronáutica, na Companhia de Polícia, ao lado do Aeroporto Santos Dumont. Em janeiro de 1958 começou minha breve carreira de soldado. Após um mês e meio soube da minha aprovação e logo teria que fazer os exames médicos que duraram três ou quatro dias, sempre pela manhã.
Na véspera fui falar com o sargento, um negro retinto magrinho, que andava meio ressabiado com os recrutas porque lhe haviam arranjado um apelido nada lisonjeiro. Havia uma música de sucesso na época que dizia: "Timbó era um grande feiticeiro", etc... Justo ele era o Timbó. E numa das preleções que fazia para os soldados reclamou da situação: "Estou sabendo que me botaram aí um apelido." E deixou claro que poderia adotar medidas severas em represália.

- Sargento, preciso de uma dispensa amanhã pela manhã.
- E para que quer a dispensa? ele me perguntou meio contrariado.
- Fui aprovado no concurso para a Escola de Barbacena e tenho que fazer os exames médicos...
- Perfeitamente, TENENTE! Vamos falar com o sargenteante.
............
- Sargenteante, este soldado precisa de uma licença.
- Para o primeiro ou o segundo expediente?
- Os dois! Os dois!
Minha condição já tinha mudado. Eu não era mais um soldado raso. Já tinha sido promovido a tenente.
Depois da terceira licença o sargenteante me procurou.
- Você já foi dispensado três dias. Está avisado que não terá mais licenças este ano!
Alguém quis me ajudar: - Fala com ele o motivo das licenças.
Agradeci a ajuda mas respondi: - Quero que ele se lixe. Eu estou indo embora...

De graça é caro

Se você chamar alguém para um pagode é sucesso garantido. Uma cerveja, uma linguicinha, tudo de bom. E se o programa for um pouquinho mais light, mais cultural, o que acontece?
1980? 1985? Não me lembro quando foi, mas sempre haviam bons programas culturais com entrada franca no Rio de Janeiro. Esse foi no auditório de um órgão do governo. Teria sido o atual DNIT? Não lembro. Era uma programação de peças para violão. Quem era o intérprete? Turíbio Santos? Sinceramente, também não sei dizer. Só me lembro que foi uma noite maravilhosa. Que começou no Teatro João Caetano, ali na praça da República, no Rio de Janeiro, com uma programação de Teatro de Revista. À saída conseguimos convencer o Valentim a seguir conosco na segunda programação, o recital de violão. Éramos meia dúzia de amigos. Ele foi muito a contragosto, mas foi. Após umas poucas músicas o Valentim começou a se impacientar e disse que queria ir embora. Argumentamos que seria inapropriado ele sair naquela ocasião. Que esperasse o intervalo do programa. Ele sofreu mais um pouco mas foi embora apenas no intervalo.
Na segunda-feira, no trabalho, fomos conversar, chegar a uma conclusão. O Valentim falou que aquilo era muito ruim. De graça ainda estava caro.
Eu tenho apresentado neste blog algumas peças musicais difíceis com alguns artistas líricos. Pode ser que algum amigo, não afeito ao gênero, não se agrade e ache que de graça está muito caro. Aqui pelo menos ele terá uma vantagem. Pode ir embora antes do intervalo.

Na China é assim

Ex-ministro condenado por corrupção é executado na China
UOL Últimas Notícias

Um ex-ministro acusado de corrupção foi executado nesta terça-feira na China, o que é considerado um exemplo e uma advertência a poucos meses do congresso do Partido Comunista (PC), que estará centrado na "harmonia" para desativar as tensões sociais e o mal-estar da população.
A Suprema Corte rejeitou a apelação apresentada pelo ex-diretor da Administração do Estado para a Alimentação e os Medicamentos na China, Zheng Xiaoyu, 62 anos, condenado à morte no final de maio por ter recebido 6,4 milhões de yuans (620.000 euros) de suborno por parte de empresas farmacêuticas e por descumprimento do dever.
Nicholas Bequelin, pesquisador da organização Human Rights Watch em Hong Kong acrescentou: - "O objetivo é enviar uma mensagem clara ao interior da China para destacar que o governo não aceitará a corrupção".


Se a moda pega por aqui iam faltar carrascos.

A Telemar, agora Oi, está funcionando

Como podem ver a Telemar já restabeleceu minha conexão Velox na minha outra linha telefônica. Excelente. Só não estou aguentando a ladainha: Telemar fixo agora é Oi fixo. Telemar velox agora é Oi velox. Simples assim.
Há programas na internet com uma introdução que pode ser abandonada e o usuário vai direto aos finalmentes. Bem que a Oi poderia fazer isso. A nossa paciência agradeceria.

Sem conexão

Como vocês sabem estou sem conexão à internet devido a um procedimento interno da Telemar, procedimento esse que eu desconheço porque não trabalho lá e do qual só tomei conhecimento depois que eles cometeram a grande merda: me deixaram foram da internet. Resta saber se vão me cobrar por estes dias parados.
Eu sou um pouco como o Lula - não leio livros, nem jornais, nem vejo televisão. Só não tenho puxa-sacos que me avisem das merdas que acontecem no pedaço. Por causa do Lula, lógico. Então eu sou um Robinson Crusoé numa ilha esquecida do Brasil. Nem rádio posso ouvir sossegado. Meu computador dá interferência no aparelho. Na televisão só vejo futebol. Ou o meu fraco Vasco da Gama ou o fraquíssimo Flamengo. E fico muito puto quando este consegue empatar com qualquer adversário, que é o máximo que esse timeco está conseguindo.
Estou assustado. Quando minha conexão voltar de que novos escândalos tomarei conhecimento? Que novas desculpas apresentará Renan Calheiros? Quem será a pedra da vez?

E se todos gostassem do azul?

Felizmente alguns gostam do amarelo. Eu inclusive. Por isso estou bebendo um Courmayeur Clássico, um vinho branco seco, corte das uvas riesling e semillon. Como diz o rótulo: Este é o resultado do corte harmônico entre os vinhos das variedades RIESLING ITÁLICO e SEMILLON de diferentes safras. Os vinhos antes de serem reunidos no corte passam por uma criteriosa seleção. O Enólogo associa a arte e a técnica para obter este vinho com excelente equilíbrio, conjugando a elegância do Riesling Itálico com o corpo e harmonia do Semillon.
Um pão, um queijo prato e pedaços de maçã complementam a experiência. Um Camenbert, um Gruyére, um Gorgonzola fariam a diferença, mas quem não tem cão caça com gato.

Ontem comprei em Paracambi uma linguiça de porco defumada. Foi o almoço de hoje. O Courmayeur já tinha ido. Que me restava? A excelente cachaça Rampini, de Paraíba do Sul. Ninguém é perfeito!

Os procedimentos alheios

Hoje, sábado, 07 do 07 do 2007, estou escrevendo estas mal traçadas linhas sem internet, por causa dos procedimentos alheios. Fico à espera do restabelecimento da conexão, talvez segunda ou terça-feira, para fazer a publicação. Acontece que pedi à Telemar, agora Oi, para cancelar uma linha telefônica e transferir a conexão da internet para outra linha. E eles retiraram a conexão da linha a cancelar. Só que a conexão na outra linha vai demorar três ou quatro dias. Reclamei. Disseram que é um procedimento da Telemar. Retruquei que não trabalho na Telemar e não conheço os procedimentos internos. Eles deveriam ser mais explícitos e ter mais canais de informação com os usuários. E nem conheço os procedimentos do parlamento chinês. Sei que lá os corruptos daqui seriam passados nas armas. Assim como no Japão. Mas os corruptos deles têm mais vergonha na cara que os nossos. Eles mesmos se encarregam de executar o Haraquiri (forma de suicídio praticada no Japão pelos guerreiros e pelos nobres que consiste em rasgar o ventre à faca ou a sabre - por que não pelos nobres deputados?). Quando chegaremos à essa perfeição de primeiro mundo?
Pois é. Estou sem internet. Agora sei como se sentia Robinson Crusoé com o seu Sexta-feira isolado do mundo naquela ilha.
E hoje ainda é sábado.

Sumi Jo

Sumi Jo é uma soprano coreana conhecida internacionalmente. Eu a conheci numa extensão do You Tube. Pensei tratar-se de uma japonesa. Como os orientais estão se destacando em todas as áreas, fui conferir. Maravilha. De quebra conheci Dmitri Hvorostovsky. Magistral. A língua russa tem tons doces, molhados, e tons duros. Na voz de Hvorostovsky esse tons duros são avassaladores. Mas sua voz não perde a intensidade em francês ou em italiano. Aqui assistiremos a um trecho de Il Barbieri di Siviglia - Sumi Jo e Dmitri Hvorostovsky.

Dmitri Hvorostovsky

Descobri ontem no You Tube uma voz maravilhosa de barítono. Conhecia Leonard Warren, Lawrence Tibett, Titta Ruffo, Robert Merril, Tito Gobbi e outros menos votados. Dmitri Hvorostovsky, um russo da Sibéria, tem, além da voz poderosa, uma outra vantagem: é uma lenda viva. Os outros já moram no segundo andar.
Estou publicando hoje uma interpretação sua de uma ária de Gluck, "O del mio dolce ardor", peça dificílima que requer uma técnica muito apurada da respiração.

Acompanham a partitura e o libreto. Quem tiver veleidades de cantor lírico pode tentar chegar junto. Eu, quando era mais novo, não conseguia cantar essa música razoàvelmente, agora então... Mas não vou pendurar as chuteiras. Tenho todo um banheiro à minha disposição.



Se gritar pega ladrão...

Manchete na Tribuna da Imprensa: Menos um com renúncia de Roriz. Errado. O suplente já está no índex da corrupção. O relator Quintanilha diz que vai esperar pela sua posse para poder investigá-lo. Gim Argello já foi avisado de que é a bola da vez. Mas ele acha que tem uma carta na manga. Coitado!
A idéia de Roriz era renunciar em conjunto com os suplentes para, assim, forçar uma nova eleição para senador em Brasília. E quem seria um dos candidatos a essa nova eleição? Pasmem, o próprio Roriz. Mas isso não prosperou. E vamos para mais um capítulo da corrupção que assola o país. Enquanto isso, cliquem duas vezes no play abaixo e ouçam o hino do Congresso. E se questionem: O Brasil tem jeito?
Em tempo, o presidente do Conselho de Ética, o Quintanilha, também não é confiável. Está no pacote da corrupção.


Lugar do Real, do Simbólico e do Imaginário

Consegui recuperar um título de um meu ex-blog. Foi mais simples do que eu pensava. Bastou renomear o antigo blog e o título Lugar do Real, do Simbólico e do Imaginário ficou disponível para mim. A internet não permite que existam dois endereços iguais ou dois nomes iguais de páginas. Agora me resta aprofundar-me mais na leitura de Lacan e de Peirce.

AS TRÊS CATEGORIAS PEIRCIANAS E OS TRÊS REGISTROS LACANIANOS

Os três registros psicanalíticos

O Imaginário

O imaginário é basicamente o registro psíquico correspondente ao ego (ao eu) do sujeito, cujo investimento libidinal foi denominado por Freud de Narcisismo.
O eu é como Narciso: ama a si mesmo, ama a imagem de si mesmo ... que ele vê no outro. Essa imagem que ele projetou no outro e no mundo é a fonte do amor, da paixão, do desejo de reconhecimento, mas também da agressividade e da competição. (Quinet, 1995, p. 7)

O Real

O registro psíquico do real não deve ser confundido com a noção corrente de realidade. Para Lacan, o real é aquilo que sobra como resto do imaginário e que o simbólico é incapaz de capturar. O real é o impossível, aquilo que não pode ser simbolizado e que permanece impenetrável ao sujeito do desejo para quem a realidade tem uma natureza fantasmática. Diante do real, o imaginário tergiversa e o simbólico tropeça. Real é aquilo que falta na ordem simbólica, os restos que não podem ser eliminados em toda articulação do significante, aquilo que só pode ser aproximado, jamais capturado.

O simbólico

O registro do simbólico é o lugar do código fundamental da linguagem. Ele é lei, estrutura regulada sem a qual não haveria cultura. Lacan chama isso de grande Outro. O Outro, grafado em maiúscula, foi adotado para mostrar que a relação entre o sujeito e o grande Outro é diferente da relação com o outro recíproco e simétrico ao eu imaginário.

A onipresença das categorias

Uma extensão importante que pode ser derivada da correspondência das categorias fenomenológicas com os três registros baseia-se no princípio da recursividade. Se as categorias são onipresentes, o real e o simbólico devem também aparecer no registro do imaginário, o real e o imaginário devem estar presentes no registro do simbólico e o imaginário e simbólico também devem estar presentes no registro do real.

Entendeu alguma coisa? Não? Não se preocupe se seu ramo não for filosofia. Apesar de ter lido, aos vinte anos, Erich Fromm, Gustave le Bon, Will Durant, Bertrand Russel e outros, sempre fui melhor em matemática. E de acordo com a onipresença das categorias, citada acima, eu não me preocupo muito em catalogar com exatidão as minhas narrativas já que umas estão sempre presentes nas outras.

No longer mourn for me when I am dead

Eu tenho gatos, muitos gatos. Tantos que é difícil até notar a ausência de algum deles. Vejamos se me recordo dos que sumiram, provàvelmente envenenados:
Bonita, Baratusha, Júnior, Michel Jackson, La Toya, Sara, Zé Pequeno, Estagiário. Giovani, Do Carmo, Romeu, Serena, Adonis, Gato Maluco, Bento, Machinho, Núbis, Rosinha, Morceguinho, Dengosinho, Mimi, Branquelo, Rúbia, etc. A maldade humana não tem limites. Eles preferem ter pássaros engaiolados. Algum dia talvez eu possa fazer alguma coisa por esses pássaros, denunciando seus donos.
Ainda me restam, gatas: Cachorrinho, Gata Mãe, Baby, Siamesa, Orelhuda, Bruzun, Muriçoca, Gata Azul, Quebradinha, Sandy, Jane, Gata Cega, Cyntia, Laura e Taturana. Total: 15.
Gatos: Arrastre, Raulzinho, Prejudicado, Prejudicadinho, Invasor, Narizinho, Patinha, Mião, Azeitona, Pagode, Operadinho, Arrupe e Apolo. Total: 13.
Cada um desses gatos tem uma história. Cada um daria um post deste blog. Toda manhã a gente procura se lembrar se todos estão presentes. Um ou outro some um dia ou pouco mais mas acabam voltando.
Mas isso aí é festa. E quando somem meus amigos? Hoje mesmo liguei para um deles. Estava tudo bem. E quando eu me for? Prometo deixar no automático uma mensagem para a minha lista. O soneto 71 de Shakespeare.

No longer mourn for me when I am dead
Then you shall hear the surly sullen bell
Give warning to the world that I am fled
From this vile world, with vilest worms to dwell:

Nay, if you read this line, remember not
The hand that writ it; for I love you so
That I in your sweet thoughts would be forgot
If thinking on me then should make you woe.

O, if, I say, you look upon this verse
When I perhaps compounded am with clay,
Do not so much as my poor name rehearse.
But let your love even with my life decay,

Lest the wise world should look into your moan
And mock you with me after I am gone.


Não lamentes por mim quando eu morrer
Senão enquanto o surdo sino diz
Ao mundo que eu me fui
Deste mundo vil, com vermes ainda mais vis;

Não, se você ler estas linhas, não lembre
A mão que as escreveu; porque te amo tanto
Que preferiria de teus doces pensamentos ser esquecido
Que ser lembrado e te causar aflição.

Mas porque eu deveria estar traduzindo isso? Quando eu me for cada um que se vire para decifrar minha última mensagem.
Beijos!

Bento que bento é o frade?

Bento que bento é o frade?
Frade!
Na boca do forno?
Forno!
O que o mestre mandar?...
"Fazeremos" todos!

Como é que essa "bobagem" ficou na minha cabeça desde os 8-10 anos de idade? No computador tenho como limpar todo lixo. Não sei tirar isso da minha memória.
No Brasil todos somos frades. Nem precisa o mestre mandar. Fazeremos todos. Inclusive o que não é para fazer. Sá cumé! todos fazem, vamos nessa. O brasileiro só trabalha mais ou menos debaixo de chicote. E está faltando chicote. Por isso que acontece tanta merda. Eu não sou santo. Já estive incluído nesse "contexto".

Vejo no Contas Abertas que o Itamaraty quer abrir “caixa preta” das embaixadas brasileiras no Siafi. Considerada uma espécie de caixa preta das contas públicas, a contabilidade das embaixadas brasileiras no exterior sempre foi um mistério para o cidadão comum e até mesmo para alguns órgãos de controle. Isso porque a movimentação financeira dessas unidades nunca foi detalhada no sistema que registra as compras e contratações do governo. Em março do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu um prazo de seis meses para que o Itamaraty solucionasse o problema.

...Mesmo sem ter previsão de quando a rede estará totalmente integrada no sistema, o embaixador garante que, a partir do próximo ano, ao menos as transferências globais feitas para cada um dos postos no exterior poderão ser visualizadas no Siafi. Além disso, o Itamaraty pretende, também a partir de 2008, disponibilizar a prestação de contas de embaixadas e consulados no Portal da Transparência do governo federal.
A falta de transparência nas contas das embaixadas brasileiras no exterior dificulta o controle sobre os gastos e favorece a prática de irregularidades. Quem é que não se lembra, por exemplo, da nova embaixada brasileira inaugurada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo aluguel mensal chegava à incrível marca de U$ 130 mil dólares, três vezes mais do que o valor pago pelo prédio anterior?
Não é de hoje que gastos dessa natureza são alvos de auditorias do TCU. Em 2000, por exemplo, o tribunal realizou uma série de auditorias nas embaixadas do Brasil na Malásia, Índia, Cingapura e Tailândia. Na ocasião, os auditores apontaram vários desperdícios e despesas surpreendentes. A investigação constatou, por exemplo, que compras de xampus, sabonetes e outros itens de higiene pessoal dos embaixadores e de seus familiares, além de sabão em pó, amaciantes e até torneios de golfe eram pagos com dinheiro público, mediante prestação de contas das embaixadas.
Leia mais aqui.

Biografia de um corrupto

Entendo pouco de política mas ouso dar um conselho aos iniciantes. Comecem como vereador e procurem granjear a simpatia dos moradores da sua rua, da sua quadra, do seu clube de bairro, da sua igreja, da sua escola, enfim, das pessoas do dia a dia. Pode-se até tentar conseguir o voto de desconhecidos, dos eleitores de outros bairros, mas isso requer tempo e dinheiro para pagar auxiliares e deve-se assumir alguns compromissos mais sérios para se ter o apoio dos cabos eleitorais, que são aquelas pessoas que vestem a camisa do candidato e lhe dão votos. Mas eles não fazem isso por amor à camisa. Se você for eleito um deles estará pronto para assumir o cargo que você prometeu.
Quando fui candidato fiz tudo errado. O último vereador eleito teve oitocentos e poucos votos. Eu tive 104. Um desastre. Até aqui só tratei de coisas lícitas. Ainda não tratei do título do artigo.
Então você se elegeu. Vamos cuidar do seu futuro político. Cumpre agradar o eleitorado, principalmente os carentes. Nunca deixe de atender aos seus reclamos: um leite, uma cesta básica, uma moradia. Porém não façam como aquele vereador que distribuía tickets de leite às suas eleitoras, pobres mães de família, com uma singela recomendação: se não votar em mim não recebe o leite. Creio que essa bondade já acabou; não sei como funciona agora.
Quando você possibilita a um pobre ter certas facilidades ele será eternamente grato à sua boa política, quer se trate de uma refeição a um real ou do famigerado bolsa-família. Os pobres gostam muito do Lula. Ele sabe o caminho das pedras. Porém o Lula não é desonesto, aquela desonestidade clandestina que um dia a Polícia Federal escancara. Seus deslises são oficiais, como a indenização que recebe porque foi em cana por uns dias ou como a aposentadoria que recebe apesar de nunca ter trabalhado.
Encerrando, deixo aqui o vídeo de um político corrupto. Tudo bem, existe a balela de que todos têm a seu favor a presunção da inocência. É um discurso tão inconsistente quanto o discurso de Joaquim Roriz apresentado neste vídeo. Ele representa muito mal e chega a ser cômico. Deixo também a sua biografia. Fujam desse perfil. Se vocês não tiverem bons padrinhos acabarão na cadeia, se bem que a cadeia nunca é o destino de quem comete desmandos neste país.