Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Giacomo Girolamo Casanova

A menos de uma centena de metros do colégio ele colocava sua banca de revistas usadas - gibis e livros. Após as aulas a molecada, dos 13 aos 17 anos, passava por ali e comprava uma literatura... juvenil. Lembro que, para aprimorar meu inglês, comprei um livro com o título Doomed Demons. Eram narrativas de aviadores durante a guerra. Tradução: Demônios Condenados. Esse livro eu o emprestei ao professor de inglês mas quando fui pedir de volta ele perguntou: Você quer o livro de volta? Fiquei sem graça de dizer que só tinha emprestado.
Para os fregueses mais chegados o "livreiro" oferecia as revistinhas do Carlos Zéfiro. Eu comprei um livreto do Casanova. Falava sobre a juventude do galanteador e os ensinamentos libidinosos dados pelo seu preceptor. Narrava sua primeira decepção amorosa, com Bettina, uma menina de 13 ou 14 anos, com quem marcou um encontro mas, chegando lá, já tinha outro consumando o "ato". 

O Gilton me pediu esse livro emprestado. Não fiz caso de que ele era evangélico. O problema não era meu. Emprestei. Não demorou batem no meu portão. Era sua mãe. Muito educada, me perguntou se eu tinha emprestado o livro ao seu filho. Diante da afirmativa (ela tinha lido todo o livro, eu suponho) passou a dissertar sobre as (más) qualidades morais da Bettina, uma garota tão nova e já tão pervertida. Não lembro se tentou me dar alguma lição de moral, sei que me devolveu o livro.

Dizem que Casanova era feio, tinha olhos de touro. Seu preceptor, Malipiero, o iniciou em uma seita secreta, onde aprendeu conhecimentos cabalísticos, de numerologia, de feitiçaria e magia negra. Após entrar nesta seita, Casanova usou os conhecimentos da numerologia para ganhar nos jogos e para conquistar mulheres.

Quem souber que seita era esta, por favor, cartas à redação. Pode ser que ainda dê para mim...