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Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

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Novas Cantoras do Brasil (3) - Manu Santos


Nascida no Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa. Fez seu primeiro show aos 16 anos, e a partir daí, efetivamente, dedicou-se à arte de cantar. Possui uma voz exuberante, um carisma único, uma gentileza infinita, e domina seu palco como pouquíssimos artistas!

Ouvir a voz de Manu é uma experiência maravilhosa. Assisti-la no palco é um evento incomparável.

Copiei as linhas acima do blog Multiply da Manu. 
Outros sites da Manu Santos:


Manu Santos é nossa amiga no Twitter. Você pode seguí-la em @manusantosmpb ou em @manusantos
Ela vai seguí-lo de volta.

Além dos vídeos encontrados nos blogs e sites acima, gostei particularmente deste, Acontece, do Cartola.

Novas Cantoras do Brasil (2) - Belô Velloso


Conheci a sobrinha da Bethânia em 28/08/09, no Twitter (@belovelloso). Foi amor à primeira tuitada. Depois é que eu soube que ela era de uma família de artistas famosos. Como fã e seguidor no Twitter, sempre que a vejo compartilho seus posts, dou RT em suas mensagens.

Quem é Belô Velloso? Mais do que eu poderia dizer está aqui a biografia que consta de seu site oficial. 

Vamos aos vídeos. Gostei deste duo com Sandrá de Sá, O Que Vai Ser De Mim.



Gostei também deste outro, Por Te Querer.



Próximo post: Manu Santos, @manusantos

Novas Cantoras do Brasi (1) - Verônica Ferriani

Estou iniciando uma pequena série com jovens cantoras. Algumas são minhas amigas no Twitter, no Facebook ou no Orkut. Outras, existe apenas a mão daqui pra lá. Não importa. Também rasgo elogios a Anna Netrebko, a Carmen Monarcha, e elas sequer rastrearam os links que conduzem ao meu blog. Diga-se, de passagem, que tenho minha recompensa. Carmen Monarcha é um dos assuntos que mais trazem visitas ao Lugar_RSI.

Tenho uma sequência para as apresentações. A primeira será Verônica Ferriani, que foi a primeira que conheci. Antiguidade é posto, como se diz entre os militares. 

Eu a conheci no My Space e continuei a acompanhá-la no You Tube. Escolhi um delicioso frevo "Na Volta Da Ladeira" para apresentá-la a vocês. Clique aqui para ouvir suas músicas no My Space.



Próximo post: Belô Velloso, @belovelloso

Lisa Stansfield


Há quase quatro anos a Stansfield apareceu neste blog, cantando com o admirável barítono-baixo Barry White. Eu a conheci nos antigos programas de clip na televisão, justamente cantando "Change", que aparece no vídeo abaixo. 

Nascida na Inglaterra, no próximo abril ela estará completando 44 anos. Uma autêntica e linda balzaqueana.

Mais informações podem ser encontradas em sua página, aqui.

Vamos ao vídeo. Adorei a tremidinha da sobrancelha.

PS.: Tive que substituir o vídeo da postagem original, bloqueado que foi pela Sony Music. Agora não há mais a tremidinha da sobrancelha...

Seu blog na rádio - Divã do Masini



Marcos Masini tem um espaço na Rádio Unifran FM que se originou na promoção "Seu blog pode virar programa de rádio". Sempre às sextas-feiras, às 9 horas, serão divulgados blogs e um pouco da biografia do blogueiro. Vocês sabem, amigo é sempre amigo, e o Masini teve a bondade de colocar o blog Lugar_RSI (Lugar do Real, do Simbólico e do Imaginário) nessa posição de destaque nesta data. Infelizmente alguns contratempos não me permitiram fazer essa divulgação há mais tempo. Ontem mesmo viajei tendo regressado muito tarde e muito cansado para que pudesse colocar a notícia.

A Rádio Unifran FM é também uma ótima opção para quem gosta de ouvir música (MPB) enquanto trabalha. Basta clicar no banner acima. E espero ver seu blog nas próximas audições. Me avise quando isso acontecer.

Conheça o blog do Marcos Masini, o Divã do Masini

Patricia Barber ou, Qual seu conhecimento de música?


Eu era um leitor assíduo das Seleções do Readers's Digest aos 14 anos. Meu tio era assinante da revista e eu pegava carona. Bem mais tarde, quando tive dinheiro, também fiz uma assinatura, de tanto que eu gostava dos artigos diversos, se bem que divulgassem principalmente o estilo de vida americano, the american way of life.

Eu me lembro da série que discorria sobre os imigrantes na América, principalmente dos que atuaram na música: Alfred Arnold Cocozza (Mário Lanza), Francis Albert Sinatra (Frank Sinatra), Pierino Como (Perry Como, um dos meus favoritos), esses, "italianos". Leonard Warenoff (Leonard Warren) nasceu em Nova York e era filho de judeus russos; na minha modesta opinião nunca houve uma voz de barítono igual à sua.

Um artigo inesquecível (olha eu aqui lembrando dele) falava de um casal que residia próximo a um quartel. Certa vez, regressando do trabalho, o marido presenciou sua esposa no maior papo com alguns militares dentro de casa e reclamou da situação. Os militares alegaram que ele não podia monopolizar a simpatia de sua esposa, ninguém podia ter direitos exclusivos sobre o sol.

Um outro artigo tratava do gosto musical de Albert Eistein. Em uma audição particular, na mansão de um ilustre cidadão, o cientista sentou-se ao lado de um jovem jornalista e percebeu que ele se sentia muito desconfortável. Entendendo seu problema levou-o a um aposento no andar superior da casa e lá colocou uma música de jazz, intrumental, muito simples - Blue Moon -, para tocar e comentou sobre os diversos instrumentos e sobre as características da composição.
Em seguida colcou na vitrola um clássico fácil (pense em L'après-midi d'un faune, de Claude Debussy).





Leopold Stokowski regendo a London Symphony Orchestra. Música lindíssima. Ganhe um tempo ouvindo-a, primeira e segunda partes.

Depois passaram a algo mais complicado (pense no Concerto para Dois Pianos e Orquestra, de Francis Poulenc).



Paola Bruni e Pasquale Iannone ao piano executam o primeiro movimento do concerto

Quando regressaram ao local da audição a fisionomia do jovem "aluno" de Eisten já era outra.

Hoje descobri a execução de uma música que achei muito didática, por isso a digressão a respeito da Reader's Digest, terminando em Eistein. É uma valsa escrita em 1942 por Thomas “Fats” Waller inspirada em exercícios para piano que seu filho Maurice praticava. Aqui os músicos são Patricia Barber, ao piano, e Joe Locke no vibrafone. Não consegui descobrir o nome do guitarrista.

Não canto com você, Netrebko!


Tenho uma nova paixão, que ela não saiba disso. Chama-se Anna Netrebko, uma russa considerada a melhor soprano da atualidade. Ela é linda e pegadora. Antigamente as primas donnas eram balofas e tidas como irascíveis, geniosas, egocêntricas. Trazemos no subconsciente a imagem da walkyria usando um capacete com chifres e se esgoelando irritantemente. O tenor não tinha nenhum motivo para dar o melhor de si.

Sobre sopranos temperamentais temos o caso de Maria Callas. Certa vez ela observou ao maestro Arturo Toscanini sua condição de estrela. Ele lhe fez ver que reconhecia apenas as estrelas do céu e lhe pediu mais empenho no ensaio.

Anna é muito profissional, deve ser um doce e, nesse profissionalismo, ela libera seu lado moleca, não se furtando a ir além do que a realidade da ópera exige. Seus lábios, nas cenas de amor, ficam muito próximos dos do parceiro e nem Dmitri Hvorostovsky escapou de um carinhoso selinho, não obstante o poderoso rolo de pastel que sua esposa tem em casa.

No video aqui apresentado ela contracena com Rolando Villazon, o excelente tenor mexicano. Devido às cenas tórridas acontecidas entre os dois em suas apresentações operísticas muitos fãs se perguntam se não existe um romance entre eles. Quem sabe? O real é que nasceu o filho de Anna Netrebko com o barítono uruguaio Erwin Schrott. Ela já gosta de um latino; eu tenho chance. Quero que vocês reparem que Villazon não brinca em serviço. Na hora do beijo, foi pra valer. Sobrou até um pouco de saliva nos beiços da Netrebko, que ela, muito pressurosamente, com os próprios lábios, enxugou.



O uruguaio Erwin Schrott é um cara bonito e canta muito bem. Anna Netrebko pode escolher. Uni-duni-tê, o escolhido foi você. Eis sua página. Eu não tenho chance. Sou feio e canto mal.

Para concluir deixo o link do dueto Nedda-Silvio, da ópera I Pagliaci, com Dmitri Hvorostovsky e Anna Netrebko. Dmitri é atualmente meu barítono (vivo) preferido. E não teve jeito. No final a Anna forçou um clima e pegou o Dmitri. Não canto com você, Netrebko!

Dmitri Hvorostovsky - Kak molody my byli

Gosto não se discute, já disse alguém, e isso vale para qualquer atividade.
Desde que comecei a ouvir música lírica minha atenção era toda para os tenores, uma infinidade deles, mas meu xodó era Mario Lanza. Coisa de garoto de 14 anos. Beniamino Gigli era bem superior. Mas foram chegando os barítonos: o italiano Gino Bechi e o ator cinematográfico Howard Keel, até que conheci Leonard Warren, que considero a voz mais privilegiada entre todas dessa tessitura. Antes de continuar, recomendo ouvirem Una Strada nel Bosco, com um Gino Bechi já idoso (faleceu em fevereiro de 1993), mas senhor de uma respiração impecável, qualidade indispensável a um bom cantor.

Andei ouvindo, por esses dias, algumas canções interpretadas por Dmitri Hvorostovsky e há várias referências a ele aqui no blog. Possui uma voz possante, de belo timbre, tem bom desempenho no palco, o que faz uma grande diferença para um cantor de ópera. Eu o considero um dos maiores barítonos da atualidade. Alguns consideram que o russo Pavel Lisitsian foi melhor que Dmitri. Esse é o ponto, foi, ou pode ter sido. Pavel aposentou-se em 1966 e faleceu em 2004, teve pouca divulgação no Ocidente.

No presente vídeo me chamou a atenção o clima de tristeza e nostalgia que se apoderou de várias pessoas da platéia provocando-lhes algumas recônditas lágrimas. O próprio Hvorostovsky, a meu ver, no final da apresentação procura se controlar para que a emoção não lhe embargue a voz. Por que tanta emoção?

Filtrando as péssimas traduções, russo-português do Babylon e russo-inglês do Windows Translator, consegui entender que a canção fala dos erros cometidos na juventude, uma tenra idade onde prevalece a auto-suficiência e o culto à beleza. Kak molody my byli - Como éramos jovens.

Como curiosidade seguem a letra da música em russo e a transliteração para o alfabeto latino. Quem sabe, alguém se aventura...



Градский Александр - "Как Молоды мы Были"

Оглянись незнакомый прохожий,
Мне твой взгляд неподкупный знаком.
Может я это - только моложе,
Не всегда мы себя узнаем.

Ничто на земле не проходит бесследно,
И юность ушедшая все же бессмертна.
Как молоды мы были!
Как молоды мы были...
Как искренне любили,
Как верили в себя.

Нас тогда без усмешек встречали,
Все цветы на дорогах земли.
Мы друзей за ошибки прощали,
Лишь измены простить не могли.

Ничто на земле... etc.

Первый тайм мы уже отыграли,
И одно лишь сумели понять.
Чтоб тебя на земле не теряли,
Постарайся себя не терять.

Ничто на земле... etc.

В небесах отгорели зарницы,
И в сердцах утихает гроза.
Не забыть нам любимые лица,
Не забыть нам родные глаза.

Ничто на земле... etc.

Gradskiij Aleksandr - "Kak Molody my Byli"

Ogljanis' neznakomyij prokhozhiij,
Mne tvoij vzgljad nepodkupnyij znakom.
Mozhet ja ehto - tol'ko molozhe,
Ne vsegda my sebja uznaem.
Nichto na zemle ne prokhodit bessledno,
I junost' ushedshaja vse zhe bessmertna.
Kak molody my byli!
Kak molody my byli...
Kak iskrenne ljubili,
Kak verili v sebja.

Nas togda bez usmeshek vstrechali,
Vse tsvety na dorogakh zemli.
My druzeij za oshibki proschali,
Lish' izmeny prostit' ne mogli.
Nichto na zemle... etc.

Pervyij taijm my uzhe otygrali,
I odno lish' sumeli ponjat'.
Tchtob tebja na zemle ne terjali,
Postaraijsja sebja ne terjat'.
Nichto na zemle... etc.
V nebesakh otgoreli zarnitsy,
I v serdtsakh utikhaet groza.
Ne zabyt' nam ljubimye litsa,
Ne zabyt' nam rodnye glaza.

Nichto na zemle... etc.

Gustavo Dudamel, o melhor maestro do mundo

Gustavo é o regente mais assombrosamente dotado que já vi
Sir Simon Rattle, diretor da Filarmônica de Berlim

Deborah, você não vai acreditar no garoto que ganhou a competição”, disse o finlandês Esa-Pekka Salonen, diretor musical da Filarmônica de Los Angeles, falando ao telefone com Deborah Borda, a presidente da orquestra. “Como ele é?”, perguntou Borda. “É um regente animal. Vamos chamá-lo para um concerto agora.”

Na última segunda-feira fui ao Hospital do Olho com minha mãe. Ela terá que fazer uma operação de catarata no olho direito; eu aproveitei para trocar os óculos com os quais trabalho no computador. Tenho outro para livros e jornais, mas como pouco leio ele está como novo. Um terceiro me serve para dirigir e ver televisão.
- Isso não se usa mais. Você parece que está no tempo de D. Pedro. Você vai usar um multifocal - disse o oftalmologista.

Um pouco antes, ainda esperando minha vez, peguei numa pilha de revistas antigas uma Época de novembro e parei no título "O milagre de Gustavo Dudamel". O nome não me era estranho. "Como um venezuelano de apenas 27 anos se tornou o maior maestro do planeta". Uma reportagem fascinante. Assim que cheguei à casa localizei o endereço com todo o artigo e o li repetidas vezes. Porém Dudamel não é um milagre, senão o produto de uma cultura musical instalada em 1875 na Venezuela e que, em 30 anos, descortinou o mundo da música para 2 milhões de jovens. Aqui no Brasil já tivemos, na escola secundária, o ensino do Canto Orfeônico e da Educação Física, além da disciplina Trabalhos Manuais. Foi tudo para o ralo. Isso é coisa de republiqueta latino-americana. Somos o país do futebol, do samba e, agora, do funk e do pagode.

"Todos os dias, ao voltar da escola para o almoço, o menino arranjava seus bonequinhos de plástico como uma orquestra. Colocava um disco e brincava de reger. Na hora de sair, pedia à avó para não desmanchar a orquestra enquanto estivesse nas aulas de música, para que pudesse retomar o ensaio com os músicos quando voltasse". Ainda menino sonhava em reger a Orquestra Filarmônica de Viena, a maior orquestra da Áustria e uma das maiores do mundo. Em 1999, aos 17 anos, foi escolhido diretor da Sinfônica da Juventude Venezuelana Simón Bolívar, a principal das 600 orquestras infantis e juvenis do Sistema. Este ano deverá assumir, se é que já não o fez, a direção da Filarmônica de Los Angeles, a “LA Phil”, como é conhecida.

Espero que vocês leiam a reportagem. É só clicar aqui. Tive muitas dúvidas para escolher um vídeo do jovem maestro. Afinal, como apresentar um regente "animal" e deixar sobretudo evidente toda a sua sensibilidade de artista?

A cada final de ano temos mais um especial do Roberto Carlos. Será que isso é o máximo que nossa pobre cultura nos permite?

A dama de vermelho (the woman in red)

Kelly LeBrock

Ela ainda é um mulherão

O Pergunte ao Urso, pelo Twitter, foi muito cruel dizendo que a natureza foi mais que cruel com Kelly LeBrock. E enviou as duas fotos acima, o antes e o depois. Aproveitei para rever no You Tube alguns trechos dessa comédia deliciosa, The Woman in Red, com fundo musical de Stevie Wonder.

E eu me lembro da canção cantada por Vicente Celestino (já ouviram falar dele?) intitulada Talento e Formosura, cuja autoria foi atribuída a Catullo da Paixão Cearense. Catullo, apesar de tocar violão e ter trânsito entre presidentes da República e personalidades ilustres da vida brasileira, como Rui Barbosa, era tão somente um poeta. Assinava as músicas como sendo suas quando apenas escrevia os versos, sem dar nenhum crédito aos verdadeiros músicos. Numa relação de faixas gravadas pelo tenor Vicente Celestino, Edmundo Octávio Ferreira aparece como autor de Talento e Formosura.

Mas é o caso, a formosa deve ter esnobado o poeta, recusado uma contradança e, entre uma e outra volta o poeta engendrou sua vingança. Não se aplicaria à dama de vermelho, que até queria dar para o aloprado Gene Wilder quando, de repente, antes do bem-bom, o marido entra em cena. Abaixo, os versos de Catullo. E se quiser ouvir a voz do tenor brasileiro e sentir a atmosfera das melodias que inebriavam a juventude num tempo distante, é só clicar no player.

Finalmente: a LeBrock ainda está muito bonita, ostenta a beleza própria da terceira idade. Penso que a patada do Urso não a atingiu.







TALENTO E FORMOSURA

Tu podes bem guardar os dons da formosura
Que o tempo, um dia, há de implacável trucidar
Tu podes bem viver ufana da ventura
Que a natureza, cegamente, quis te dar

Prossegue embora em flóreas sendas sempre ovante
De glórias cheia no teu sólio triunfante
Que antes que a morte vibre em ti funéreo golpe seu
A natureza irá roubando o que te deu

E quanto a mim, irei cantando o meu ideal de amor
Que é sempre novo no viçor da primavera
Na lira austera em que o Senhor me fez tão destro
Será meu estro só do que for imortal

Terei mais glória em conquistar com sentimento
Pensantes almas de valor e alto saber
E com amor e com pujança de talento
Fazer um bardo ternas lágrimas verter

Isto é mais nobre é mais sublime e edificante
Do que vencer um coração ignorante
Porque a beleza é só matéria e nada mais traduz
Mas o talento é só o espirito e só luz

Descantarei na minha lira as obras-primas do Criador
Uma color da flor desabrochando à luz do luar
O incenso d'água que nos olhos faz a mágoa rutilar
Uns olhos onde o amor tem seu altar

E o verde mar que se debruça n'alva areia a espumejar
E a noite que soluça e faz a lua soluçar
E a estrela d'alva e a estrela Vésper languescente
Bastam somente para os bardos inspirar

Mas quando a morte conduzir-te à sepultura
O teu supremo orgulho em pó reduzirá
E após a morte profanar-te a formosura
Dos teus encantos mais ninguém se lembrará

Mas quando Deus fechar meus olhos sonhadores
Serei lembrado pelos bardos trovadores
Que os versos meus hão de na lira em magos tons gemer
E eu, morto embora, nas canções hei de viver

Anna Netrebko

Eu estava para publicar um post sobre uma cantora que havia conhecido no último fim de semana. Pelo You Tube, claro. Ela é Anna Iuriiévna Netrebko, Анна Юрьевна Нетребко (em russo), nascida aos 18 de Setembro de 1971.

Antigamente a tradição era de sopranos gordas. Mentalize, amigo leitor, uma walkiria balofíssima cantando Wagner. Imagine, também, o esforço romântico de um tenor levando a ária Che Gelida Manina frente a uma dessas super-dimensionadas figuras, se bem que no tempo antigo as bem nutridas é que mandavam. Atualmente as protagonistas contribuem com mais de 50% da motivação dos intérpretes da ópera. Elas são belíssimas, tanto quanto suas vozes.

Carmen Monarcha, a paraense que foi para a Holanda e é uma das principais figuras da orquestra de André Rieu, é muito bonita. Mas Anna Netrebko possui um ingrediente adicional, uma sensualidade espontânea que contagia até a quem assiste a um simples vídeo. Já imaginaram ter a oportunidade de assistir a uma sua apresentação e receber de suas mãos uma flor ofertada, envolto na magia de sua voz? Não tem preço.

Anna Netrebko leva sua apresentação no palco às últimas consequências. Dmitri Hvorostovsky, o sensacional barítono russo, teve os lábios dessa diva muito próximos aos seus. É preciso ter a frieza de um cirurgião para não ser tomado pela emoção. O final do vídeo estava truncado, não sei o que verdadeiramente rolou mas Dmitri deve ter profundo respeito pelo rolo de pastel que sua esposa tem em casa.

Já o argentino Marcelo Alvarez teve melhor sorte. Envoltos no clima altamente romântico da ópera La Boheme, ele e Anna se entregaram a um gostoso beijo ao final da ária O Soave Fanciulla.

Um nojo esses argh... entinos!

O vídeo do post é Meine Lippen, sie küssen so heiß, de Franz Lehár, Meus lábios te beijam ardentemente, traduzido com a ajuda do Babylon. A platéia foi arrebatada pela arte dessa moça, que faz do palco sua razão de viver. A platéia ficou verdadeiramente enlouquecida.

Site da Carmen Monarcha




Você que, costumeiramente, nos visita pesquisando por essa "desconhecida" soprano brasileira, saiba que ela possui sua própria página onde se pode ler algo sobre sua trajetória musical (biography), onde se podem ver algumas fotos (photo gallery), onde há links para audições (media clips) e onde você pode comunicar-se com ela (guest book) expressando seu respeito e admiração por uma pessoa que trabalhou muito se bem que também teve a sorte de ter sua voz notada num coral de 30 mulheres pelo maestro André Rieu, segundo ela mesma relata.
Para visitar Carmen Monarcha clique na foto. Para ler notícias a seu respeito no blog clique, em ASSUNTO/HUMOR, na tag Carmen Monarcha.

Música nos blogs

Existem blogs com o player ligado em TRUE, você entra, começa a festa. Daí eu começo a procurar o botão onde se desliga a geringonça. Alguns blogueiros o posicionam no início ou a poucos "metros" da largada, porém outros gostam dessas parafernálias no distante rodapé, na página 1339, outros ainda optam por um player invisível, inexpugnável.
Estou aqui visitando os blogs que favoritei no BlogBlogs e muitos deles gostam de um som ambiente. Sempre que posso ouço na Rádio Bandeirantes, das 8 às 10 horas, um programa de política e confesso que minha capacidade de multiprocessamento tem suas limitações. Neste caso a música atrapalha.
Certa vez visitei um blog de poesia e lá estava a indefectível música. Poesia não é fácil de fazer nem de ler. É preciso concentração para entrar no rítmo e no pensamento do autor. Daí fiz um comentário pertinente mas alguém lá tomou as dores do dono do blog e contra-argumentou: - "Que diabo de comentário é esse"?
Algum tempo depois voltei nesse blog e eles tinham retirado a música, mas perderam um leitor.
Alguns blogueiros dizem peremptoriamente: - "Quando eu entro num blog com música tocando, saio na hora e não volto nunca mais". Blogueiros iniciantes, pensem nisso.
Não é o caso do Pintando Música, da minha amiga Mara. Lá se fala de música e se ouve música. Também no Re... Bloggando você ouve música, mas tem a opção de escolher entre alguns links oferecidos pela Requeri.

Muito a propósito, há dois longos meses que não movimento a tag música. Vocês teriam seis minutos e dezenove segundos disponíveis?
Então vamos assistir a uma apresentação ao vivo de Al Jarreau, meu favorito. Tenho 14 long-plays da fera mais 2 cds pirateados. Num show ao vivo ele apresenta um repertório de improvisações que não se vê nas gravações. Ao final do espetáculo há um destaque para o som da guitarra, é uma mulher. E quando ele diz: - "Come on, baby! Come on down"!, ela desce e a temperatura sobe incrivelmente.

Lembra da nossa música?

Lembra daqueles filmes onde o casal celebra a vida em um jantar e pede à direção da casa que ponha sua música?
Geralmente todo casal tem uma música que marcou uma ou mais fases de sua história. Eu nunca esqueço uma música. Já cantarolaram, certa vez, para mim:

"É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você".

Mas, sabe, pode ter faltado energia, caiu a rotação, o que era melodioso fez-se grave, gutural, são os desencontros da vida.
A canção que vai ser ouvida a seguir, Coisas do Brasil, com Guilherme Arantes, poderia ser a celebração da paixão entre dois amantes mas tornou-se apenas uma ode à amizade. E a pessoa sequer sabe dessa música ou tem conhecimento desse fato. Ela pode estar lendo agora estas linhas sem desconfiar sequer que esta poderia ter sido nossa música. Os primeiros acordes sempre me lembram sua figura bonita. Foi tão bom te conhecer.

Leonard, WREN ou WARREN?

Não sou muito favorável à execução de músicas automaticamente em páginas mas era minha intenção fazê-lo. Só não consegui controlar a ação do player, então ele está desligado. Peço que se espere o término da ária Eri Tu se quiserem abrir o link Leonard Wren Studio, porque lá também há efeitos sonoros e isso aqui se tornará uma verdadeira Babel, se é que as já existentes não são suficientes.
Verdi - Un ballo in maschera - Alzati!..Eri tu (1955) - Leonard Warren

O post de hoje, como os Avisos Paroquiais (anteontem), também teve origem em um e-mail revisitado. Dizia o assunto: LEONARD WREN - a very beautiful powerpoint. E no texto: Para quem aprecia um belo país, uma bela música e belas pinturas.
Pensei: "Vejamos qual a bela música que LEONARD WARREN nos apresenta". A música era "Sous le ciel de Paris" mas quem cantava não era meu barítono favorito. Afinal, quem é Leonard Wren? Teclem esse nome na barra de endereços e escolham, por exemplo, o link The Art of Leonard Wren. Poderia ser The Expressionist Art of Leonard Wren by Leonard Wren, de onde tirei as ilustrações deste post. Ou ainda Leonard Wren Studio, seu site oficial.

Sua caixa de madeira é provida de rodas, o melhor para se locomover nos aeroportos, e sua mochila está carregada e gasta. Uma coisa que ele não inclui é uma câmera. "A fotografia tem estragado um bocado de belas pinturas," ele diz. "Se você quer a verdade, você tem que se dedicar ao ar livre."

Pois é, esta pequena mixórdia, entre WREN e WARREN, me incentivou a pesquisar o talentoso pintor e em contrapartida enviei ao Schneider, autor do e-mail, a peça musical que vocês estão ouvindo.

Meu amigo Pacheco, da saudosa Escola de Aeronáutica, nos Campos dos Afonsos, em seu humor sarcástico tinha sua versão para a Torre de Babel:
- Operário, suba com a argamassa.
- A cal já está indo.
- Não, não quero a madeira agora.
- Eu trouxe a pedra.
- Que pedra? Eu pedi a água.
- Toma o tijolo (na cabeça), seu filho da puta!
E cada um debandou em uma direção, segundo o apóstolo Pacheco.
Dizem os crédulos que Deus embaralhou os idiomas dos homens para barrar sua ambição de alcançar o céu mediante a construção de uma torre.

Aqui, graças a um pequeno equívoco, coloquei mais um tijolinho na minha torre do conhecimento compartilhando com vocês um pouco da arte pictórica e também da arte lírica através desses dois artistas.

Doorway in Valbonne
Cafe de Provence
House in Burgundy
My Castle
Ao ar livre
Paleta

Internet Explorer 7 Pro 2.0

Assinei o feed de Le Site du ZérO. Qui appelle-t-on "les Zéros"? : c'est vous, les visiteurs de ce site. Nous vous donnons ce surnom amical car tous nos cours partent de "Zéro". Muy amigo, muy amigo! Só faltam te chamar de Zerrô à esquerrdá. Estou voltando de lá com a informação de que foi liberado no início de janeiro o IE7 Pro 2.0 que fornece algum gás ao browser da Microsoft. De imediato peguei o IE7 Pro User Guide, de onde pode ser baixado o programa.
Um site que visitei ontem dava 5 motivos para se usar o Firefox, entre esses motivos a ausência de "crashes". Felizmente, ontem e hoje, até agora, meu IE7 não caiu. Mas minha média de crashes é de dois a três por dia. E tudo fica perdido. O IE7 Pro 2.0 promete, entre outras coisas, recuperar o conteúdo pré-crash.
Ah, sim, prestem atenção às características do computador. Eu baixei a versão para 64 bits.
Uso, às vezes, o Firefox e também o Opera. Este último tem uma versão bem simpática do quick tabs do IE7. Mas estou com o tio Bill e não abro. Sou um sem-vergonha. Eu e o IE7 somos um casal sem-vergonha.

A minha vida é um mar de rosas
Em tua companhia
Brigamos mil vezes ao dia
Mas depois das brigas
Retorna a harmonia
Às vezes ela é dengosa
Às vezes é bicho de peçonha

Sem vergonha
Somos um casal sem-vergonha
Nós brigamos por ciúmes
Costumes, queixumes ou coisas banais
Não quero que ela fume
Ela quer que o perfume
Que eu use, não cheire demais
Brigamos quando sou bravo
Brigamos até quando banco o pamonha

Às vezes ele provoca
E às vezes sou eu o provocador
Quando fazemos as pazes
Nós somos os ases na arte do amor
Mesmo brigando esperamos
Por muitas visitas da Dona Cegonha.

Os lyrics acima são cantados pelo Zeca Pagodinho que, graças ao seu carisma, fica como autor da obra. Simplesmente não são dados os créditos a Arlindo Cruz, que fixa no papel os instantâneos do quotidiano do povão. Não sei qual a participação de cada um na feitura da música. Arlindo Cruz possui, tranquilamente, mais de 100 títulos. Quem é que não sabe cantar os versos abaixo?

Só pra contrariar
Eu não fui mais na favela
Só pra contrariar
Não desfilei na Portela
Só pra contrariar
Pus a cara na janela
Só pra contrariar
Eu não fiz amor com ela

Comecei falando de software, já estou na arte de Arlindo Cruz. Luiz Lailo, quem diria, acabou no Irajá. Agora é teatro: Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá.

O blog hoje é um balaio de gatos. O carnaval está próximo; cada link aqui é um Bloco do vai quem quer. Em paralelo ouço a Rádio CBN e já marquei os títulos de mais dois posts: "O Ego e o Alter Ego" e "Doença contagiosa". Será que vai dar samba?

Al Jarreau, sem trauma...

Foi num fórum ou num e-mail? Não me lembro. Tratava-se das reclamações de um internauta sobre a circulação de várias mensagens em sua caixa postal; e o estressado cidadão estava pelas tampas com as músicas que lhe enviavam em áudio e vídeo. Ele sabia muito bem do que gostava e estava dispensando esse tipo de mensagem. E acrescentava alguns adjetivos não publicáveis. Eu, pelo menos, não publico.

Ora vejam só, gosto de visitar blogs e sites de áudio ou vídeo. Logicamente passo batido pelos artistas que não fazem meu gênero. Mas o melhor é quando conhecemos alguém como a polonesa Anna Maria Jopek, que me foi apresentada pela Tamara. Neste exato momento acabei de assistir a uma apresentação do Zé Rodrix, no blog da Requeri.
Mas foi num e-mail de um amigo que fiquei conhecendo a inigualável Carmen Monarcha.

Não sei como conheci Al Jarreau mas, sem o saber, comprei seu primeiro disco, We Got By, lançado em 1975. Depois comprei mais 12 ou 13.
Al Jarreau completará 68 anos agora em março. A alegria é a mesma, a voz nem tanto. Já tem que economizar nos agudos e nos falsetes. Há jogadores de futebol que abandonam a bola antes que a bola os abandone. Assim, tive muita pena quando Billy Eckstine veio ao Brasil, já usando óculos. E ainda gravou alguns hits nacionais... Ele foi meu primeiro grande ídolo, quando eu tinha 14 anos.
O penúltimo trabalho de Jarreau foi em 2004, Accentuate the Positive. Há certos artistas que têm um poder de interpretação tal que as pessoas dizem que determinadas canções nunca foram gravadas por outros cantores. Como disse minha amiga Tamara, eles se apropriam das obras alheias. É o caso de Al Jarreau nas faixas The Nearness of You e My Foolish Heart. É um novo fraseado, um novo ritmo, uma nova emoção. Fiquei viciado nesse álbum.
Em 2006 veio Givin'It Up, com George Benson, outro cantor, mas, principalmente, um genial guitarrista. A mágica de George Benson era cantar em uníssono com a guitarra, um efeito surpreendente. Não me liguei muito neste álbum. Há muita recompilação.

E eis aqui o Jarreau num "ao vivo" de 1976, aos 36 anos, com toda a energia que o fez arrebatar os grandes palcos, com as variações de voz do falsete aos graves profundos, com seu cacoete preferido interpretando jazz - a imitação do som do baixo e o consequente gestual, como se tocasse nas cordas do instrumento.
Vamos ouvir Jarreau, sem traumas, ô da poltrona...

Infelizmente não sei o nome da música. Fiz pesquisas no Google com as palavras que meu pobre inglês conseguiu captar na letra da música mas não obtive resultados. Tentarei contactar a Zuziki, que fez o upload do video. O pessoal que faz upload geralmente se lixa para dar os créditos da obra. É lamentável. Vou gritar daqui e torcer para que a Zuziki me ouça.



AL Jarreau Live 1976
Colocado por Zuziki

Spiel mir das Lied von Glück und Treu

Se este blog fosse lançado no Mercado, certamente Carmen Monarcha seria a dona de mais da metade das ações pois é esta a proporção de visitantes que chegam para "pesquisá-la". Estou surpreendentemente maravilhado.
Muito justo então que eu crie mais um marcador, este para uso exclusivo dela.
Hoje ela canta a canção com o título deste post. Se vocês clicarem na imagem irão para o You Tube. Onde se lê About This Video há um link, more, que mostra a letra da canção no original alemão e, abaixo, a tradução em inglês.
Muito bom para começar um novo ano.

Teff, la voz pop del exilio venezolano

Quer ler notícias da Venezuela, da Bolívia ou um pouco de Cuba? O link está à direita sob o título VENEZUELA.

Nos anos 70, no Brasil, o ditador da hora, Emílio Garrastazu Médici, cunhou um slogan propagandístico dirigido aos "inimigos" da pátria: "Brasil, ame-o ou deixe-o. E muita gente teve mesmo que zarpar. O período de seu governo ficou conhecido como "os anos negros da ditadura", subseqüentes ao AI-5.

E quando uma jovem extraordinária como a da foto acima tem que seguir com sua família o caminho do exílio? "No es fácil comprender la herida profunda que causa en ellos el extrañamiento de sus raíces, pero quizá sea posible hacerlo a través del trabajo artístico de una jovencita venezolana de 17 años que evoca con su música la tristeza de haber emigrado a los 10".
Com 13 ou 14 anos começou sua vida artística. Vejam seus videos visitando seu perfil no You Tube. E o que teria essa menina na cabeça para fazer essas estranhas músicas que não deveriam habitar seu mundo juvenil? Certamente uma precoce consciência política, muito difícil de se encontrar nos jovens brasileiros dessa idade.
Votei pela primeira vez com praticamente 20 anos de idade. Uma pequena margem dos jovens possui algum discernimento para analisar o momento político e votar com alguma coerência. Eu e meus amigos, naquela ocasião, votamos em massa no famigerado Jânio Quadros, um desastre, como se viu logo depois. Não é todo dia que se conhece uma jovem que atende por Teff. Leiam mais sobre esta garota no Resistencia Santiago de León de Caracas. Vejam abaixo sua "homenagem" ao presidente venezuelano Hugo Chávez.

Hey You (Callate la boca)


Carmen Monarcha, a campeã de acessos ao blog

Dizem que os brasileiros não conhecem Carmen Monarcha, eu mesmo não a conhecia. E quando se ouve sua privilegiada voz, acreditem, é amor à primeira audição. E à primeira vista também, mercê de sua soberba apresentação.

Hoje temos a música Manhã de Carnaval na interpretação de Carmen, Susan e Carla, esta última no violão; aliás uma bela violonista no melhor estilo clássico. Observem bem a posição de sua mão direita.

No comando o violinista Andre Rieu, maestro da companhia. Enjoy!