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Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Gustavo Dudamel, o melhor maestro do mundo

Gustavo é o regente mais assombrosamente dotado que já vi
Sir Simon Rattle, diretor da Filarmônica de Berlim

Deborah, você não vai acreditar no garoto que ganhou a competição”, disse o finlandês Esa-Pekka Salonen, diretor musical da Filarmônica de Los Angeles, falando ao telefone com Deborah Borda, a presidente da orquestra. “Como ele é?”, perguntou Borda. “É um regente animal. Vamos chamá-lo para um concerto agora.”

Na última segunda-feira fui ao Hospital do Olho com minha mãe. Ela terá que fazer uma operação de catarata no olho direito; eu aproveitei para trocar os óculos com os quais trabalho no computador. Tenho outro para livros e jornais, mas como pouco leio ele está como novo. Um terceiro me serve para dirigir e ver televisão.
- Isso não se usa mais. Você parece que está no tempo de D. Pedro. Você vai usar um multifocal - disse o oftalmologista.

Um pouco antes, ainda esperando minha vez, peguei numa pilha de revistas antigas uma Época de novembro e parei no título "O milagre de Gustavo Dudamel". O nome não me era estranho. "Como um venezuelano de apenas 27 anos se tornou o maior maestro do planeta". Uma reportagem fascinante. Assim que cheguei à casa localizei o endereço com todo o artigo e o li repetidas vezes. Porém Dudamel não é um milagre, senão o produto de uma cultura musical instalada em 1875 na Venezuela e que, em 30 anos, descortinou o mundo da música para 2 milhões de jovens. Aqui no Brasil já tivemos, na escola secundária, o ensino do Canto Orfeônico e da Educação Física, além da disciplina Trabalhos Manuais. Foi tudo para o ralo. Isso é coisa de republiqueta latino-americana. Somos o país do futebol, do samba e, agora, do funk e do pagode.

"Todos os dias, ao voltar da escola para o almoço, o menino arranjava seus bonequinhos de plástico como uma orquestra. Colocava um disco e brincava de reger. Na hora de sair, pedia à avó para não desmanchar a orquestra enquanto estivesse nas aulas de música, para que pudesse retomar o ensaio com os músicos quando voltasse". Ainda menino sonhava em reger a Orquestra Filarmônica de Viena, a maior orquestra da Áustria e uma das maiores do mundo. Em 1999, aos 17 anos, foi escolhido diretor da Sinfônica da Juventude Venezuelana Simón Bolívar, a principal das 600 orquestras infantis e juvenis do Sistema. Este ano deverá assumir, se é que já não o fez, a direção da Filarmônica de Los Angeles, a “LA Phil”, como é conhecida.

Espero que vocês leiam a reportagem. É só clicar aqui. Tive muitas dúvidas para escolher um vídeo do jovem maestro. Afinal, como apresentar um regente "animal" e deixar sobretudo evidente toda a sua sensibilidade de artista?

A cada final de ano temos mais um especial do Roberto Carlos. Será que isso é o máximo que nossa pobre cultura nos permite?

5 comments:

7 de abril de 2009 às 07:25 vandehugo disse...

Salve Luis. Quando vi seu tweet sobre o Dudamel respondi, mas o passarinho louco sumiu com meu "pio". Coincidentemente almocei esse domingo com amigos venezuelanos que me apresentaram o Dudamel. Excelente maestro, supimpa poderia dizer. E o seu cargo na LA Phil é Music Director Designate and Conductor (seja lá o que quer dizer).
Infelizmente os vídeos no youtube não são os de melhor qualidade, mas indico, se não viste ainda, Alma Llanera, que dizem ser o segundo hino nacional de Venezuela.
Ósculos e amplexos.

7 de abril de 2009 às 07:56 Luiz Lailo disse...

O Twitter ontem "estava co'a cachorra", até fora do ar por quase uma hora ficou. No entanto vi sua mensagem e respondi.
Sou cadastrado no You Tube e fiz inscrições com alguns autores além de ter várias execuções marcadas nas listas de reprodução. Só do Dudamel tenho 12. Então, quando eu abro a página, já aparecem minhas inscrições e sugestões de acordo com minha preferência. Inclusive o video que publiquei no post foi sugestão do You Tube. Maravilha, não?

7 de abril de 2009 às 09:36 Anônimo disse...

não é o máximo que nossa cultura nos permite, é o máximo que a preguiça alcança.
a preguiça de ler, a preguiça de sair do cantinho de costume, a preguiça de largar o controle remoto, a preguiça de pensar, a preguiça de usar os ouvidos com música mais elaborada, a preguiça que a hipocrisia da brasilidade determina praqueles que sentem preguiça de admirar o que tem pelo mundo em favor da música brasileira, que é ótima, mas que tb está pelo mundo com egberto gismonti, nelson freire, etc ... por exemplo.

pra mim, o melhor regente de orquestra é seiji ozawa. ve-lo regendo tchaikovsky, a sinfonia número 6 é uma trepada. eu tenho alguns vídeos com ele em ação. é demais!!!!!!!!!

é isso.

7 de abril de 2009 às 22:09 Adao Braga disse...

Vou indicar para minha irmá, que ama o genero!

22 de abril de 2009 às 15:27 Eleal disse...

Gosto do caracter dele, mas não podemos esquecer que ele é completamente lançado pelo sistema musical venuzuelano, que ja por si é só o sistema educacional de musica mais famoso no mundo inteiro. Juntando todas as qualidades dele, que as tem, com o facto de ter tido a oportunidade de se mostrar com uma orquestra como a Simon Bolivar, obviamente que teve reunidas todas as condições e mais algumas para chegar onde chegou. Agora não concordo que digam que é o melhor maestro do mundo porque não é... então e o Simon Rattle, Claudio Abbado, Ricardo Mutti, Seiji Osawa, Esa Pekka Salonen, Pierre Boulez, etc... estes são Senhores da direcção, já não têm que dar provas de nada, o Dudamel há-de lá chegar certamente, mas ainda tem muitas provas para dar...

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