Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

A Rampini é do cacete


Não sei o que já escrevi a respeito de cachaça. Se estiver sendo repetitivo, me avisem. 

Primeira narrativa: Adauto Rampini me dasautorizou mas eu vou contar. Ele foi a um encontro de produtores e levou a sua cachaça, a curtida, 18 meses, um uísque, na acepção da palavra. Alguém levou a Anísio Santiago, um ícone, 320 reais a garrafa no centro do Rio. Bebericaram. Depois beberam a Rampini, que eu vendo a 22 reais. Ninguém mais falou na Anísio Santiago.

Eu já bebi a Anísio Santiago, não é essa brastemp toda. A Rampini é bem mais suave. Fiquei de colocar no blog esse imbroglio. O Rampini me interpelou: Tá maluco? Ora, Adauto, o Anísio Santiago já morreu. Ninguém vai te pegar...

Segunda narrativa: Eu moro na zona do fome zero. Churrascarias, bares pizzarias, o cacete. Havia até um Frutos do Mar. Fui lá numa noite. Pedi uma fritada de bacalhau. Quando levanto a vista vejo na prateleira - Cachaça Havana. Enlouqueci. Era o antigo rótulo da Anísio Santiago. Pedi para ver de perto. O garçon ficou de me atender no dia seguinte. 

No dia seguinte fui lá, com a dona Laíla. Pedimos não sei o que. O garçom me trouxe a garrafa, um rótulo meio comido pelas traças, a chapinha bem empretecida. Quanto é a dose? Três e cinquenta, ele me respondeu. Está por fora, pensei.

Ele botou uma dose generosa. Um colar acentuado tomou conta da taça. Senti o perfume. Queimou o nariz. Cheirei novamente e novamente. A mulher perguntou, não vai beber, vai ficar cheirando? 

Você que é entendido, sabe que antes de beber é preciso cheirar. E não estou falando só da bebida. Quando desceu, queimou, queimou legal. Fiquei de comprar uma garrafa. O garçom disse que precisava falar com o dono da casa. Voltei no dia seguinte. Ele me disse que tinha levado o maior esporro. Nem era pra ter aberto a garrafa.

Bem, conheci a Anísio Santiago. Ainda sou mais a Rampini. Não fico sem ela...

3 comments:

5 de janeiro de 2011 às 20:19 Unknown disse...

Hei,

adorei o texto, o ritmo, o estilo, a história...cheirei, cheirei, sou mais a Rampini, acompanhada do teu texto...rsrsr

Beijos

Giselle Zamboni

16 de abril de 2012 às 16:39 rampini disse...

amigo pelo amor dos santos cachaçeiros, por favor, me mande uma garrafa desta Rampini, é possivel.... mauriciosuperamalia@hotmail.com

18 de setembro de 2012 às 15:26 Anônimo disse...

Alessandro Rampini

Olá meu nome é Alessandro Rampini, meu avô foi produtor de vinhos aqui em SP na cidade de São Roque, mas tudo acabou quando ele que era um grande pilar da familia faleceu na década de 70.
Essa cachaça tem a ver com a familia?
Como faço para adquirir uma garrafa?
Gostei muito da narrativa, parabéns.
alessandro.rampini@edu.uniso.br

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