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AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Cotas, cotas e... mais cotas


Liberté, égalité, fraternité foi o lema da Revolução Francesa, mas há certos detalhes que escaparam ao consenso. A norma antiga, fruto dos iluministas da Revolução Francesa, dizia que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. São iguais também em relação aos deveres.

Andou por aí uma propaganda enganosa feita pelo governo, na esteira da eleição de uma presidente, dizendo que agora elas podem tudo, ser engenheiras, aviadoras, médicas, tudo que quisessem. Ada Rogato, Anésia Pinheiro Machado, Thereza di Marzo e outras mulheres brevetadas nos anos 20 sempre souberam disso, mas não basta querer, é preciso poder, ter competência.

Pais orgulhosos diziam que, graças ao presidente analfabeto, seus filhos seriam doutores, arquitetos, advogados... Abriram as portas das faculdades aos burros do Brasil - só dizendo assim. Daqui a pouco qualquer um vai dizer que tem direito a uma vaga no corpo da Orquestra Sinfônica Brasileira. E olha que lá já está havendo confusão até demais. O maestro Roberto Minczuk quer modernizar a orquestra, fazer provas de avaliação em músicos que estão há anos em atividade.

As pessoas não são iguais. Fui colega de turma de um gênio que chegou a ser Reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Nunca me passou pela cabeça competir com ele. Faltavam-me meia dúzia de neurônios, percebem? Como é, então, que qualquer boquirroto pode pensar em chegar a qualquer faculdade, arrebentar as portas e entrar como num estouro da boiada? Não é assim.

O governo encontrou um modo de facilitar a vida de quem não possui uma estrutura intelectual adequada: inventou as cotas. Onde estão as pessoas com pouca oportunidade para pagar um ensino de qualidade? Entre os negros e os indígenas. Não importa quão pouco aquinhoados eles sejam de inteligência, eles têm direito a uma cota.

As mulheres estão chegando, cada vez com mais força. Há uma reclamação de que recebem menor salário que um homem na mesma função. Talvez numa pequena empresa isso aconteça, numa grande, jamais. Estão aí as grandes capitãs da indústria, do agronegócio, as musas da política. No entanto, são poucas, coitadas, vamos protegê-las. Há uma cota de mulheres na política e ai do partido que não respeitar. Falta combinar com o eleitor. Será que elas serão votadas?

Chegamos finalmente ao esporte, a um esporte específico, o jogo de damas, o esporte intelectual. Nunca aceite o desafio de uma menina de São Paulo para disputar uma partida; elas são abusadas e competentes. Você vai perder e vai demorar pra cair sua ficha. 

Também no que se refere ao jogo de damas, São Paulo é um país dentro do Brasil. Lá a prática do esporte está a anos-luz em relação a outros Estados  e a tendência é melhorar. O jogo de damas é praticado em diversas escolas. 

Agora vem o desfecho.

Apesar de competentes, as mulheres são discriminadas no jogo de damas. Então o dirigente da Federação, não vou dizer seu nome, exigiu que toda equipe que disputasse campeonatos regionais tivesse uma mulher atuando nas partidas. Deu confusão. Vocês sabem, garotas novas, tendo que viajar para outras cidades na companhia de marmanjos, não é todo pai ou mãe que vai deixar. Mas o dirigente se manteve irredutível.

Um indignado damista sugeriu uma solução inusitada e debochada: ia alugar prostitutas para compor sua equipe. Houve uma grita geral entre as meninas, e mais de uma sugeriu que o cidadão levasse a mãe dele para jogar. Não sei como terminou a comédia. Se e quando souber, volto aqui para contar.

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