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Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Lula Vieira - Rotulagens Pessoais

Atenção: todo o texto que segue é da autoria de Lula Vieira, o conhecido publicitário. Se alguém gostar ou odiar o todo ou parte peço que, nos comentários, direcione seu elogio ou injúria à pessoa do distinto cidadão. Não tenho nada com isso.

Lula Vieira fez a campanha para prefeito de Fernando Gabeira na última eleição. Quando iniciou, o candidato tinha 4% de intenção de votos. Vieira levou-o ao segundo turno. Existe uma carta, a respeito dos meandros dessa campanha, que Lula Vieira escreveu para um seu amigo. Este repassou, sob a forma de e-mail, para outras pessoas. Se quiser ler, clique aqui. Há um trecho dessa carta que achei muito sintomático: "Vladimir Palmeira pode nesta eleição ter batido o recorde mundial de ingratidão. Gabeira sequestrou o embaixador americano para que Vladimir, entre outros presos políticos, pudesse ser libertado. E Palmeira decidiu apoiar Eduardo Paes".

Vladimir Palmeira é a mulher de malandro do PT. O partido sempre o apoia oficialmente mas na hora H é outro que ganha a eleição, inclusive com o beneplácito do presidente Lula, como aconteceu com Eduardo Paes. É esse o destino do Vladimir. Vamos ao texto que tem por título, Rotulagens Pessoais.


Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato.

Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho.

Joaquim Ferreira dos Santos, em 'O Globo' de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa 'agregar valor'.

Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica 'mamando' de segundo em segundo é uma chata.

São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais, a vida está confirmando estas conclusões.

Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.

Outro índice infalível é que atrás de (fumando) um cachimbo existe 1 de 2 tipos de pessoas: Ou inglês, ou babaca! Com cinqüenta e muitos anos de vida, nunca encontrei outra espécie...

Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra 'carne', fica falando o tempo todo em vida saudável. É a pessoa ideal para companhia na madrugada?

Eu detesto certos vícios de linguagem, do tipo 'chegar junto', 'superar limites', e os famosos 'gerundismos' que lembram papo de concorrente a big brother.

Mais uma vez, repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas. Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que a pessoa transmite algum sintoma de chatice.

Se algum dia eu matar alguém, existe a grande possibilidade de ser um guardador de carros. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho menos raiva de um assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se houvesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga.

Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer?

Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber 'energia positiva'. Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados. Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de trabalhar numa boa empresa. Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra putaria.

E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando 'um beijo no coração'?

4 comments:

30 de janeiro de 2009 às 18:04 Anônimo disse...

A tal rua que o guardador de carros acha que é dele: conseguir deixar o carro nela sem aceitar os préstimos dele e deixando o sujeito lá com "cara de bunda" sem ganhar um tostão nosso, esse é um gostinho que não tem preço!
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Para todos os outros vícios mencionados, existe maldade desse cara.
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Mas que tem muita coisa chata, isso tem!

31 de janeiro de 2009 às 05:04 Anônimo disse...

1 - Tenho um amigo natureba que é excessão.
2 - Tenho a impressão, que a tal expressão: "beijo no coração", eu usei uma vez, e saiu-se espalhando por ai, e hoje acho uma chatice mesmo esta expressão.
3 - Agregar valor, repensar, fazer releitura, refazer a história,... e por ai seguindo.
4 - Que eu saiba, o Antonio Fagundes, usa cachimbo e não é Inglês...

3 de fevereiro de 2009 às 14:24 Tatiana Carlotti disse...

Poxa, eu ando com uma garrafinha d'água e não sou chata... Essa coisa dos fluidos é ótima, rs... e um beijo no coração não é chatisse, é lembrança da pré-escola! Beijo Luiz... PS: vc fala russo?

5 de fevereiro de 2009 às 12:23 Olívia Carromeu disse...

FANTÁSTICO esse texto e suas devidas colocações. Me fez até ficar com vontade de investir na carreira de palestrante motivacional...hehehehehhehe....boa Luiz muito boa!!!!!!

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