O amigo Haroldo Barboza é viciado em escrever. Ele empresta seu talento a blogs e sites diversos como o Recanto das Letras, Para Ler e Pensar, Jornal da Besta Fubana (recomendo a leitura), e outros. Sempre é matéria de relevância, embora no presente artigo eu tenha sentido falta da citação de uma fonte para se comprovar que não se trata do humor apresentado no artigo anterior, que encontrei pesquisando essa maluca dessa carteira do torcedor.
Haroldo Barboza
Um "alumiado" figurão do poder que se locupleta no planalto com nossos impostos elevados, acordou com uma "brilhante" idéia! Criar uma carteira para ser adquirida pelos frequentadores dos estádios de futebol e a ser passada numa catraca. Deve ser o projeto "piloto". Depois deve ser expandido para ginásios de basquete, vôlei, skate, circuito de corridas de carros e talvez igrejas (onde corre a sacolinha para quem não quiser ser excomungado).
Segundo o autor da idéia, de posse desta carteira o torcedor terá garantia para adquirir ingresso (será que o cambista vai exigir este documento?) e a violência entre as torcidas será reduzida, pois a polícia facilmente identificará os brigões.
Quatro perguntas para começar a polêmica:
1 - como deve proceder um turista paraguaio para comparecer ao estádio?
2 - como a tal carteira evitará que valentões em grupos se esfaqueiem a duas quadras do estádio?
3 - num país onde a impunidade está disseminada, a tal carteira vai garantir a prisão dos condenados considerando que muitos são da linha filhos das elites queimadores de índios Pataxós"?
4 - se a carteira tiver um mecanismo para impedir a entrada do incauto isto vai evitar que ele use a carteira de um primo ou dê 20 pilas ao roleteiro para entrar pela porta dos fornecedores e jornalistas?
Tal medida está cheirando a alguma armação para plastificar um pedaço de papelão com foto e implantação de catracas para dar dinheiro a alguma empresa fabricante de crachá de propriedade de algum gajo ligado à FIFA e que deverá vencer a licitação "honesta". Sem esquecer de ratear a diferença do superfaturamento, é claro.
Caso um ser normal crie um "banzé" num restaurante pelo bife duro e pise no pé do garçon, é processado por danos físicos. Um arruaceiro de estádio que depreda as instalações locais e coloca um torcedor em coma ou na cova, filmado, identificado e capturado é levado à mesa do Delegado. Se tiver cabelos louros e olhos azuis, é liberado com a seguinte mensagem aos pais que vão buscá-lo:
- "não faça mais isso que é muito feio!".
Se for mulato, tiver emprego e título de eleitor, é levado à presença do Juiz que o condena a pagar 5 cestas básicas e o libera para novos confrontos. Se for escuro, maltrapilho, desempregado e bêbado, dorme uma noite no corredor da delegacia e no dia seguinte é chutado para as ruas.
Conclusão: temos muitos cadastros e controles mas não executamos o básico: CADEIA neles!
Para evitar desperdício de recursos (tempo, dinheiro e futura CPIzza), sugiro que cada torcedor, ao atravessar a roleta do estádio, passe seu título de eleitor numa leitora ótica que simultaneamente fotografa seu rosto.
Desta forma, este atual inútil documento passará a ter alguma serventia. Se fosse bem usado (e com transparência do sistema) formaríamos uma legião decente de políticos.
E poderíamos freqüentar os estádios com a família em paz. Sem carteira.
2 comments:
O título de eleitor realmente cai bem nessa situação, pois os partidos políticos são meras torcidas organizadas. A diferença é que no Brasil nós somos obrigados a passar na roleta chamada urna. E somos tidos como felizes porque em nosso país a expressão "direito ao voto" quer dizer simplesmente: "livrar-se de mais uma multa por não ser totalmente livre".
A idéia do governo é muito estranha e inoportuna. A própria "idéia de jerico"!
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