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Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Ainda o discurso de Cristovam Buarque

Cristovam Buarque está me devendo. Ou não estará? Não sei, depende dele.
Na última eleição fiz o que pude para que meus conhecidos votassem nos meus candidatos. Uma senhora, em Paraíba do Sul - RJ, me falou: - Não vou votar no Cristovam. Ele é tão banana...
Tradução: Ele é muito calmo, não agride seus adversários, não expõe as mazelas de ninguém; só está preocupado com a revolução pela educação, num ritmo seu, devagar, quase parando.
Mas banana ele não é, pelo menos segura a emoção
Um oficial em Barbacena, ao final do curso, ao se despedir dos alunos terminou sua fala aos prantos. Houve quem dissesse que era fingimento. Eu sabia que não era. Quarenta anos depois, numa festa daqueles mesmos alunos, voltou a discursar e voltou a chorar, admitindo sua instabilidade emocional nessas ocasiões e queixando-se disso.
O conteúdo do discurso do Cristovam Buarque no post anterior está carregado de emoção. Há uma hipótese para tanta frieza: ter feito a leitura do discurso mecânicamente bebendo, nos intervalos, um suco de limão sem açúcar.
Eu sim, sou banana. Terminei a leitura desse discurso aos prantos e tive que lavar o rosto. Ali se dizia que "muitas crianças brasileiras, eu espero, consigam um dia, quando crescerem, ser Darcy Ribeiro". Mas eu pensei em quantas crianças esperam, ao crescer, serem um Jáder Barbalho, um Romero Jucá, um Ney Suassuna, um Paulo Maluf, um juiz Nicolau, uma Georgina que deu trambique no INSS, e por isso me veio a desesperança. E há crianças que têm guias bem menos edificantes (?), dos quais nem é conveniente falar.
E por que o Cristovam estaria me devendo, ou não? Porque ele está no PDT, que tirou sua pele de cordeiro e assumiu ser um lobo voraz; que deu um basta ao fingimento e mostrou sua fome por cargos; que ao nomeado incompetente de ontem deu status de grande companheiro.
Parece que Cristovam tem uma certa independência e vota alguns pontos polêmicos com sua convicção e não com o governo. Se bem que ele saiba que faz parte do governo.
All's well, that ends well, era a peça de Shakespeare indefinida entre a comédia e a tragédia. Mas aqui, do jeito que as coisas vão, acho que nada vai acabar bem.

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