Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

O pau que dá em Chico dá em Francisco

Para começar, um pequeno relato bem humorado para desarmar os espíritos preconcebidos. Quando trabalhei na Reduc como Operador de Processo (vulgo "pião"), tive um colega de quem nem lembro o nome; isso porque ele tinha um apelido campeão - Chiquinho Gavião, ou simplesmente Chiquinho. Lembrei-me do Chiquinho por causa do título do post.
Sua estatura de mediana para baixa, quase sem pescoço, óculos de lentes grossas, esse conjunto lembrava o personagem das histórias em quadrinhos de nossa infância. Havia na refinaria também o Mutt, da historinha "Mutt e Jeff". Desculpe, Mutt, também esqueci seu nome. E sabem vocês que tempos depois ele se candidatou a vereador e registrou o nome... Mutt?
Numa visita à minha unidade da refinaria, um supervisor, ao necessitar de uma informação sobre valores de temperatura e fluxo do painel de controle, pediu-a ao "paneleiro", que era justo o Chiquinho Gavião. Mas, para manter a pompa e a circunstância, achou que devia ser formal, tratando o operador pelo nome:
- Por favor, Sr. Francisco, poderia completar para mim os dados nesta planilha?
Foram gargalhadas durante toda a semana por causa do "Sr. Francisco".

Bem, agora que relaxamos, eu vou meter o pé na jaca.
Eu costumava visitar um blog que defende pessoas e idéias que não são do meu agrado. Então eu contestava o que ali era dito, nos comentários. Quando meu comentário não era apagado pelo dono do blog vinham os simpatizantes do pedaço procurando me desqualificar por meio de ironias ou de ofensa pura. Mas sempre havia alguém, civilizado, que sabia defender seus pontos de vista num bom nível. Talvez eu tivesse entrado no blog do Céu, porque lá as pessoas não tinham defeitos, não se envolviam em escândalos, não acreditavam em mensalão, não cooptavam políticos de outros partidos, não roubavam e nem cobiçavam a mulher do próximo.
E eles são aos milhares. A meia dúzia, sim, a meia dúzia que habita os planos inferiores, estes são desonestos, fazem caixa dois, praticam o nepotismo e fazem tudo para que o Brasil dê errado.
Os links desse blog apontam somente para quem se veste de vermelho e tem a língua presa. Não há concessões. Lá se fala de um país maravilhoso onde não há Dengue nem Febre Amarela, que são precisamente o assunto do momento.
Mas a coisa vai mais além. Acabo de ler que o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), está proibido de usar a Rádio e TV Educativa do Paraná (RTVE) para se promover e atacar a imprensa, adversários políticos e outras instituições, segundo decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região.

O governo lançou a TV pública porque se queixava da falta de uma imprensa isenta. E para que ela seja isenta Franklin Martins, um lulista de carteirinha, assumiu cargo no governo, com status de ministro e responsabilidades que abrangem as relações do governo com a imprensa, incluindo a publicidade, e a rede nacional pública de televisão. Para garantir a isenção foi nomeada diretora dessa rede (Empresa Brasil de Comunicação) uma lulista, também de carteirinha, Tereza Cruvinel. Mas é com gente do tipo daquela que milita no blog meu desafeto que se pretende tal isenção. Nada pode ser isento se o pau que dá em Chico não dá em Francisco.
É como se lê no poema do pernambucano Ascenso Ferreira sob o título "Gaúcho":

"Riscando os cavalos!
Tinindo as esporas!
Través das cochilhas!
Sai de meus pagos em louca arrancada!
Para quê?
Pra nada!"

E eles ainda precisam do nosso dinheiro.

4 comments:

9 de janeiro de 2008 às 22:18 Anônimo disse...

Consciências vendidas.
O país chamado Brasil está “no vermelho”.
A democracia pós-ditadura nem bem chegou e ficou de porre.
Essa mídia que eles querem construir tem a finalidade de maquiar tudo aquilo que se vê e ouve.
São meias-verdades, pura camuflagem.
O poder econômico nas mãos dos petistas e neo-petistas é muito mais perigoso do que se imagina, pois compra consciências.
Afinal, os “mil paus” que cabem no bolso do aloprado cabem na carteira do comprado.

9 de janeiro de 2008 às 23:26 regina claudia brandão disse...

to com saudade. kd vc??? beijo.

10 de janeiro de 2008 às 00:58 regina claudia brandão disse...

eu sei meu querido, nem achei que tinha me abandonado voluntariamente.
pensei em férias.
mas, sabe o que é??? a gente não deglutiu 2007 e, acho eu, nem 2006, a bem da verdade.
o tempo não passa, voa. por isso a sensação que eu tenho de que ainda não acabou um ano é a mesma que vc tem de que ainda não começou o outro.
na verdade o tempo não existe, mas as convenções sim ... então, a gente precisa tentar acreditar em ano novo, vida nova.
vamos ver como fica ou será que teremos de exercitar o começo de 2008 por muito tempo???

é isso meu querido. beijo.

10 de janeiro de 2008 às 12:31 Mara* disse...

não esqueci o e-mail prometido. posso me levantar? ou continuo sentada pra não cansar?

beijão

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