Toque outra vez, Sam

Como vocês sabem, o senador Edison "Pianista" Lobão é o agraciado da vez no troca-troca do governo - cargos por apoio político. E seu filho, o empresário Edison Lobão Filho, é o primeiro-suplente do pai e também réu em processo criminal que apura o funcionamento de uma emissora de TV clandestina no município de São Mateus do Maranhão. Como se vê, ele tem predicados para assumir a vaga de senador caso seu pai seja mesmo chamado para o Ministério de Minas e Energia.

Repetindo o que escrevi em outro post, Edison Lobão, para quem não se lembra, é o "pianista" de triste memória, aquele que tocava no teclado alheio, simulando o voto de um ausente, no caso o deputado Sarney Filho.

Mas essa nomeação está a perigo pois já se acena com a possibilidade de racionamento de energia e de um novo apagão devido à escassez de chuvas, muito embora a gralha de Lula já tenha se manifestado: "Não me venham com cortes de luz..." Segundo o Wikipédia, gralha é um nome comum para vários pássaros de tamanho pequeno, geralmente coloridos e barulhentos.

Então seria razoável que fosse nomeado para esse Ministério alguém que fosse do ramo. Mas no Brasil as boquinhas são sempre destinadas aos políticos. Eles não precisam entender nada do assunto. Por isso que tudo funciona tão bem. Lobão não deixa por menos e diz: "Estou lendo alguma coisa que chega às minhas mãos. A imprensa, por exemplo, está escrevendo muita coisa técnica. Todos os dias saem até informações boas. Estou me informando sobre energia elétrica, sobre hidrelétrica, sobre gás, sobre petróleo."

No filme Casablanca, que estreiou em Nova Iorque em 1942, há um diálogo famoso entre Ingrid Bergman (Ilsa) e Dooley Wilson (Sam):

Ilsa - Toque uma vez, Sam. Pelos bons velhos tempos.

Sam - Eu não sei o que você quer dizer, Senhorita Ilsa.

Ilsa - Toque, Sam. Toque "As Time Goes By".

Para Luiz Inácio Nunca Antes Neste País Lula da Silva todos os seus auxiliares lhe inspiram a máxima confiança, em que pese as acusações contra alguns deles até mesmo vindas da Polícia Federal, pois todos têm a presunção da inocência até que sejam julgados. É assim que pensa, candidamente, o Presidente Lula. E por isso ele diz, sem culpa a lhe pressionar os neurônios:

"Toque outra vez, pianista Lobão!"