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Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Cavalos lerdos, mulheres rápidas

Como de costume estava ouvindo a Rádio CBN enquanto executava algumas tarefas. As notícias da Rádio atuam como um pano de fundo e às vezes algo sobressai. Hoje perdi algum detalhe, não sei se falavam de Porfírio Rubirosa, de Ali Khan, de Baby Pignatari ou mesmo de Jorginho Guinle. Uma frase de um desses conhecidos playboys, não sei qual, me chamou a atenção. Ele falava dos motivos da malversação de suas finanças com a seguinte explicação: "Apostei em cavalos lerdos e em mulheres rápidas".

E fui parar numa página chamada "A arte de gastar dinheiro", que fala sobre Jorginho Guinle, morto há quatro anos, o último dos playboys, que torrou tudo o que tinha e namorou algumas mulheres que víamos no cinema tais como Rita Hayworth, Romy Schneider, Kim Novak, Anita Ekberg e Marilyn Monroe. Acho que faltou nessa relação a atriz Jayne Mansfield, que vi certa vez na Avenida Rio Branco, num carnaval do Rio, no tempo em que existia carnaval de rua e desfile de Sociedades, modalidade totalmente extinta. Pois lá estava a glamourosa pinup, exuberantemente decotada, exibindo sua pele sardenta, num camarote montado no passeio. Não me lembro se Jorginho Guinle lhe fazia companhia.

Já conheci algumas pessoas que passaram de uma posição financeira privilegiada para uma situação de extrema pobreza. Isso não é fácil de administrar. De um modo geral o que acaba a seguir são as relações amorosas. O amor dificilmente resiste à falta de dinheiro.

A filosofia do playboy descrito acima é: "O segredo do bem viver é morrer sem um centavo no bolso". Parece que Jorginho errou no cálculo - a grana acabou antes de sua vida.

Li um romance de Anton Tchekov (ou seria um conto?), "Uma vida", que narra as peripécias de um pintor de paredes, mal resolvido financeiramente e separado da mulher talvez por isso mesmo. Vez por outra encontro pessoas que me lembram o personagem desse livro, pessoas "erradas", como se diz no nordeste, sem grana e sem amor. É bem verdade que a existência desses playboys também configuraria "Uma vida", porém bem menos aborrecida e monótona que a dos comuns dos mortais.

É interessante ler a página "A arte de gastar dinheiro". Pode ser que você aprenda a apostar em cavalos mais rápidos e conheça mulheres mais resignadas, mais "amélias".

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade

Letra: Mário Lago
Música: Ataulfo Alves

4 comments:

16 de maio de 2008 às 19:45 Anônimo disse...

"A grana acabou antes de sua vida."
Quando as mulheres são "de marca", os homens saem devendo.
É claro que o coitado ficou devendo a si mesmo.
Por essa razão é que devemos graduar o "pum" proporcionalmente à elasticidade orgânica.
Nesse caso, ser lerdo é só um detalhe.

17 de maio de 2008 às 17:49 Gustavo disse...

Olá Luiz

Vi que você me favoritou no blogsblogs e então fui fazer uma visita em seu blog e achei fantástico. Coloquei-o entre os links favoritos no meu blog, assim se vc também gostou do conteúdo do locale digital poderia me colocar entre seus links favoritos, abraço.

17 de maio de 2008 às 19:34 Ricardo Rayol disse...

a tag diz tudo, mundo muito bizarro

18 de maio de 2008 às 22:01 Cecilia Barroso disse...

Muito bem comentado!
Eu quase senti pena do playboy quase anão na época de sua morte, mas ela não durou quase nada.
Adorei o seu blog

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