Lula resolveu dar um adeus às armas... da ética, virtude da qual ele se julga muito bem aquinhoado, porque chegou à conclusão de que mais vale o princípio do filósofo petista Paulo Betti: "Não dá para fazer [política] sem botar a mão na merda".
Então, mãos à obra, digo, mãos à merda. Lula já havia dito que faria o corpo a corpo com os senadores pela aprovação da CPMF. Mas não é simples assim.
Segundo o Blog do Josias, por solicitação de Lula, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), tenta virar os votos de dois senadores oposicionistas de seu Estado. Ambos são do DEM: Jayme Campos e Jonas Pinheiro. O primeiro parece resistir às investidas do governador. O segundo balança em suas convicções.
Em conversa reservada que manteve na semana passada, Jonas Pinheiro revelou a um interlocutor que Maggi lhe fizera uma proposta tentadora. Em troca do voto favorável à CPMF, o governador prometeu-lhe assegurar a vaga de senador em sua coligação, nas eleições de 2010. Comprometeu-se inclusive a prover o financiamento da campanha do senador.
Como prêmio pelas gestões que realiza nos subterrâneos, Maggi pediu a Lula que determine ao ministério da Fazenda a liberação da renegociação da dívida do erário mato-grossense, estimada em R$ 5 bilhões.
Blairo Maggi, quando candidato à reeleição ao governo do Estado de Mato Grosso, ainda nos quadros do PPS, contrariou a linha do partido e deu apoio a Lula, que liberou para o Estado cerca de R$ 1 bilhão para a renegociação de dívidas agrícolas. Então ele já conhece os meandros da cooptação.
Correndo contra o calendário para conseguir aprovar a prorrogação da CPMF no Senado, o governo destinou R$ 514,3 milhões em verbas federais para atender emendas parlamentares até a última sexta-feira (23).
A primeira denúncia de que o governo estaria negociando com emendas partiu de Geraldo Mesquita (PMDB-AC), que integra o grupo dos 'rebeldes' do PMDB cujos votos para aprovar a CPMF são incertos. Ele relatou ter sido procurado pelo subchefe de Assuntos parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Marcos Lima, para negociar a liberação de emendas.
Não falta quem diga que tudo isso é legítimo, coisas da democracia, a democracia da chantagem e da corrupção. Até quando?
quarta-feira, novembro 28, 2007
Adeus às armas... da ética
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represália
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