Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Os mecanismos de pesquisa e Krishnamurti

Um leitor procurou por mente confusa. Me achou. Achou também a mente confusa de Lula. Mas isso já pertence a outra enfermaria. Achou Viver sem temor, de Krishnamurti:
"Se minha mente está confusa, qualquer ação, qualquer decisão, qualquer livro, qualquer instrutor que eu siga ou qualquer disciplina que imponha a mim mesmo, estará sempre dentro da esfera da confusão. Isto é dificílimo de aceitar, para a maioria de nós. Vendo-me confuso, digo: "Se eu encontrar o verdadeiro instrutor, o verdadeiro método, a verdadeira disciplina; se eu compreender - isso me ajudará a evolver, crescer, mudar, transformar". A mente confusa, porém, qualquer que seja a sua ação, há de estar sempre confusa. Toda decisão que tomar estará ainda na área da confusão. Sendo esse estado de confusão, a realidade, o fato real, creio não devemos meramente reconhecê-lo intelectual ou verbalmente, mas, sim, experimentar realmente o estado de confusão, e daí prosseguirmos, observando o inteiro "processo" pelo qual a mente que está em confusão busca socorro".

Vou lhes contar, para usar o estilo de falar de Krishnamurti: ele já foi meu guru mas devo vos confessar que deixava minha mente muito confusa. Em suas palestras sempre dava respostas contrárias ao que esperavam dele. Literalmente tirava a escada e deixava o ouvinte pendurado na brocha.

"Se uma pessoa sabe que a verdade não pode ser achada por intermédio de ninguém, de nenhum livro, de nenhuma religião; que a Realidade só se torna existente quando a mente está de todo tranqüila; que a tranqüilidade só pode vir com o autoconhecimento, e que o autoconhecimento não lhe pode ser dado por ninguém mas tem de ser descoberto por ela própria, momento por momento - então, por certo, aparece uma tranqüilidade mental, que não é morte, mas uma paz realmente criadora, e só então pode surgir o Eterno".

Para ele a solução estava no próprio ser, na própria criatura, não em um líder e, paradoxalmente, ele se negava como condutor de opiniões, de almas, como um revelador de verdades. Aqui pra nós, eu achava Krishnamurti também de uma prolixidade sem igual. Mas era uma verborragia poética, como se pode depreender dos dois textos acima.

Tive um professor que seguia o estilo Krishnamurti - gostava de dar "bandeira" nos alunos. Quando alguém tinha uma dúvida e lhe pedia esclarecimentos ele respondia:
- Muito bem, aluno! Fico feliz de ver seu interesse. Pergunte sempre. Eu nunca vou responder mas gosto de ver que o aluno está interessado em aprender.

E dava-lhe as costas.

Era uma gozação para a mente confusa daquele aluno, um folclore sobre a personalidade do professor mas sobretudo, voltando ao filósofo indiano, talvez um incentivo para o desenvolvimento da própria personalidade, da própria pesquisa, e um incentivo à libertação da tutela do mestre, do guru. Mesmo porque uma escola de nível superior não é berçário nem lugar para... mentes confusas.

1 comments:

23 de outubro de 2007 às 21:45 Ricardo Rayol disse...

então sou muito confuso, não entendi xongas.

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