Lugar_RSI

AvatarLugar do Real, do Simbólico e do Imaginário
Aqui não se fala dos conceitos de Lacan e a palavra lugar deve ser pensada em sua definição matemática

Da arte de pesquisar, da arte de jogar gude

Neste blog há um aviso: Se você chegou aqui por intermédio de uma pesquisa, etc, etc, etc... sua satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
Eu costumo verificar as pesquisas feitas pelos leitores. Quando há duas ou mais palavras na pesquisa o motor pode achá-las separadamente, em posts diferentes e distantes e, acreditem, essas palavras podem estar até nos "comentários" dos leitores.

Um leitor me achou através de "de que lugar a bolinha de gude veio". Tiro na água. Não devolvo o dinheiro quando a pesquisa é mal feita. Tentei algo mais objetivo: "origem da bola de gude". De primeira - Jogos Infantis: Gude. Como vocês podem ver, roubei a ilustração desta página.

Pesquisa, o nome já diz, é trabalho mental-braçal, é insistência, alternativas e o bom senso de que Descartes nos achava tão bem providos. Mas não sou um expert em pesquisa. E nunca o fui na arte de jogar as gudes. Aliás, esse jogo não existe mais. Riscávamos na terra, no barro o triângulo que iria conter as bolinhas. Como riscar agora, no asfalto, a linha que definiria quem jogaria primeiro? Com giz, com uma tinta qualquer? Não teria a mesma poesia...

O jogo de gude tinha suas variantes. Havia a búrica. Como cavar no asfalto as três cavidades que conteriam as bolinhas? Há uma solução: fazer um gudódromo nas escolas, nos clubes, nas praças públicas.
A molecada vive agora nas Lan Houses. Ainda se solta a pipa pandorga mas, e as outras brincadeiras? O pião acabou - era jogado na terra. As brincadeiras de rua - pique bandeira, chicote queimado, carniça - ninguém mais vê acontecer.

Não sou contra a modernidade, mas como eu gostaria de ouvir aquele antigo "grito de guerra" - e quem teve infância sabe do que estou falando:

- "Marraio, firidô sou rei"!

5 comments:

17 de outubro de 2007 às 17:11 Dicas Maromba disse...

Gude...ta aí um troço em que eu era bom!
Acho que minha geração foi mesmo a última a curtir tais molecagens.
Bons tempos que não voltam mais...(talvez voltem depois da 3ª guerra mundial, já que 4ª vai ser travada com paus e pedras...). Hoje em dia a curriola se reúne pra ver quem mata mais contra terroristas no CS.
Afinal de contas, é a sociedade que molda o homem ou o é o homem que molda a sociedade?
Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?!

17 de outubro de 2007 às 17:21 Jorge Sobesta disse...

Luiz,

Sempre ouvi essas palavras de guerra quando me levavam todas minhas bolas. Esqueci o nome daquelas maiores, mas perdia todas.
Interessante você falar sobre internautas que chegam através de pesquisas. No meu blog apareceu um tarado pesquisando "Mulher sendo f... por cavalo" Caramba!

Grande abraço.

17 de outubro de 2007 às 17:54 Luiz Lailo disse...

Jorge,
Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia, já dizia Shakespeare.
Exemplo é a peça que tem Jesus no nome e está noticiado no teu blog. Olhei a página dele. Espero que desapareça tão rápido como o Walter Mercado, o famoso Ligue Djá.

17 de outubro de 2007 às 18:11 Luiz Lailo disse...

Ao Soneca,
Escrevi esse artigo com um misto de saudade e melancolia.
Nosso brilhante Presidente, todos os anos, mantém viva a chama das tradições juninas promovendo festas na Granja do Torto com quadrilhas, quadrilheiros, fogueiras, "quentões" (no que ele às vezes se excede um pouco), bandeiras e bandeirinhas. Só não balões, porque nesse ponto ele é um cara correto.
Então por que não incentivar o mundo do faz-de-conta das crianças através daquelas inocentes brincadeiras?
Ou estarão elas virando adultos mais cedo do que pensamos?

18 de outubro de 2007 às 11:41 mara* disse...

Brincadeiras de pular amarelinha, pular corda, esconde-esconde, passar o anel, queimada, peteca, ioiô, pipa, pião, bambolê, as adivinhações, cavalos de pau, bonecas de louça, de madeira, de pano, carrinho de rolimã e tantas raladas no joelho, brincadeiras que sobrevivem nas nossas memórias, pudemos nos divertir em ruas, calçadas e quintais. Cantigas de roda: ciranda cirandinha vamos todos cirandar..., atirei o pau no gato-to-tô..., escravos de Jó jogavam caxangá..., marcha soldado, cabeça de papel..., eu sou pobre, pobre, pobre de marré, marré, marré..., fizeram parte das nossas peraltices, fizeram parte de uma infância sadia, ser criança representava alegria e inocência. Desconhecidas para as crianças de hoje, que ainda embrulhadas em fraldas, sem saber ler nem escrever e que dominam o pc como dominam a chupeta, foram transformadas em brincadeiras folclóricas. Cruzes! A idade pesou. Beijão.

PS: obrigada pelos vídeos.

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