Esse post é de música mas tem um pouco da caserna. Eu ouço Billy Eckstine desde meus 14 anos. Be my love era uma das minhas músicas preferidas e eu gostava de cantá-la. Cantava no banheiro e no alojamento da Escola de Aeronáutica. E o Pacheco, que era um cara muito gozador, me botou o apelido de "bisão" por causa da música. Mas para completar a sacanagem materializou o apelido na figura do animal que fez a fama do Búfalo Bill, o bisão americano. E dizia: - O Laílo não parece mesmo um bisão?
Não conhece esse animal? Vai a ilustração para conhecer pelo menos o calibre de gozador que era o Pacheco. O moreno Pacheco dizia que não podia doar sangue. O ingênuo cadete perguntava: - Ora essa! E por que? Ao que ele, morrendo de rir, respondia: - Eu tenho "sangue azul". Já pensou, misturar meu sangue azul com aquele monte de sangue vermelho?...
O Pacheco gostava de ler Goethe. Numa feira do livro na Cinelândia comprou o título "Fausto" e disse que ia se entregar a uma profunda leitura. Eu tive a sorte de ter amigos maravilhosos e muito inteligentes. Alguns são geniais.
Billy Eckstine esteve no Brasil, já usando óculos e com a voz já decadente. E eu me lembrava de Tomás Antonio Gonzaga:
"Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!"
Eu preferiria esquecer essa fase decadente do grande Billy Eckstine. Ouçamos o Be my love na sua voz inigualável.
segunda-feira, setembro 24, 2007
Be my love
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