Quando eu tinha sete ou oito anos, onde eu estudava, certa vez promoveram uma apresentação dos alunos de toda a escola; eram apenas duas salas e dois ou três turnos. Os alunos declamavam, talvez cantassem, mas o que me lembro com exatidão é que eram apresentados sketches do comportamento das pessoas no relacionamento social. Um garoto fazia o papel de visitante e uma menina era a anfitrioa. Ela mostrava como receber um parente, um amigo, pegando e guardando seu chapéu (naquele tempo se usava chapéu), seu sobretudo, seu guarda-chuva...
Reparem que isso poderia ser um procedimento obrigatório nas escolas de primeiro grau: a visualização do comportamento social, cívico, ecológico, político, etc...
Isso me ocorreu na volta da minha viagem de hoje em busca de mercadorias. Presenciei diversas queimadas. Algumas se percebe que foram provocadas pelo próprio dono da terra para economizar com trabalhadores na limpeza da área de plantio. Mas eu soube de proprietários que lutaram até altas horas da noite para debelar incêndios provocados por pessoas irresponsáveis.
Já pensaram em uma criança educada na escola para ter uma visão do que representam as queimadas? Quem queima seu patrimônio a si próprio prejudica; quem põe fogo em terra alheia é um criminoso inominável. Seria um modo prático de inserir - para usar uma palavra da moda - as crianças nas boas práticas do dia a dia. E quantas coisas não poderiam ser ensinadas utilizando-se esse, digamos, teatrinho, encenado pelas próprias crianças?
Eis-me teórico de como adotar uma metodologia de ensino... Mas a verdade é que educação não dá votos. Assim é que trataram de desmerecer a candidatura de Cristóvam Buarque à presidência chamando-o de candidato de uma nota só.
Lula discursou na Universidade Federal do ABC, programada para funcionar em 2009.
"Parece ironia do destino: um metalúrgico que não tem um diploma universitário vai passar para a história como o presidente que mais fez universidades e escolas técnicas no mandato".
"Hoje, sem nenhum preconceito, eu acho que as pessoas que chegaram lá não fizeram o que nós estamos fazendo porque elas já tinham conquistado o seu diploma universitário. Se elas já tinham conquistado o seu diploma, para que mais aluno?"
"Eu sei o tanto que eu fui vítima de preconceito neste país, eu sei o tanto que foi difícil chegar à Presidência da República porque se criou o dogma de que só poderia ser presidente da República quem tivesse diploma universitário."
É como disse Reinaldo Azevedo em seu blog: "Sim, ele é um fenômeno: consegue ir a um canteiro de obras de uma universidade e fazer a apologia da ignorância".
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